Tribunal de Coimbra absolve suspeito de criar notas falsas para enganar criança

O homem terá criado notas falsas e depois trocou-as pelo dinheiro que o filho de 11 anos da sua ex-companheira tinha amealhado.

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O juiz decidiu que o suspeito não tinha o intiuito de colocar as notas em circulação e por isso decidiu absolvê-lo Enric Vives-Rubio

O Tribunal de Coimbra absolveu esta sexta-feira um homem de 30 anos que era acusado de criar notas falsas e trocá-las por dinheiro que o filho da sua ex-companheira amealhava.

O Ministério Público acusava o arguido de um crime de contrafacção de moeda, referindo que o homem terá criado notas falsas e que depois as trocou pelo dinheiro (um total de 970 euros) que o filho de 11 anos da sua ex-companheira tinha amealhado ao longo dos anos. O juiz que presidiu ao colectivo considerou que o arguido não praticou o crime de contrafacção de moeda por não ter tido o intuito de que as notas entrassem em circulação, decidindo assim absolvê-lo.

No entanto, o Tribunal de Coimbra sublinhou que a prática do homem poderia ter configurado furto, crime do qual não fora acusado. O advogado que representava o arguido sublinhou que o seu "cliente não tinha intenção" de fazer circular as notas falsas e que queria voltar a repor o dinheiro que tinha retirado.

"Estou satisfeito. Fez-se justiça", salientou o advogado, em declarações aos jornalistas, acrescentando que o seu cliente já restituiu o dinheiro do menor e "mais algum", no âmbito de um acordo com a vítima.

A situação das notas falsas foi identificada quando a mãe e a criança se dirigiram, a 30 de Dezembro de 2014, a uma agência bancária no seu concelho de residência, em Condeixa-a-Nova, para depositarem 970 euros que o menor tinha amealhado. O funcionário bancário suspeitou da genuinidade das notas e chamou a GNR ao local, refere o Ministério Público (MP), no despacho a que a agência Lusa teve acesso.

De acordo com o MP, todas as notas que iam ser depositadas eram falsas e terão sido criadas pelo companheiro da mãe da vítima, um técnico funerário de uma empresa de Mira e que mora actualmente em Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro. O homem, que residia na mesma casa da progenitora e do menor à data dos factos, começou a dedicar-se "às apostas a dinheiro online" em 2012, perdendo as suas economias e endividando-se com o jogo.

Sem conseguir controlar o vício ou fazer "face às dívidas", o arguido decidiu retirar o dinheiro que o menor guardava e, para ludibriar a criança, terá fabricado "notas falsas", pesquisando, através do motor de busca Google, imagens de notas de 20, 50 e 100 euros, que acabou por imprimir. Posteriormente, retirou 970 euros que a criança tinha amealhado e colocou na gaveta as notas falsas que tinha criado, "semelhantes às notas do Banco Central Europeu e susceptíveis de enganar a generalidade das pessoas".

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