Guterres quer resposta radical contra agressões sexuais nas missões de paz

Segundo a página da ONU na Internet, no mês passado registaram-se 82 acusações de agressão sexual e exploração contra os soldados da paz provenientes de 21 países diferentes.

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Reuters/LUCAS JACKSON

O novo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, quer uma resposta radical contra as agressões sexuais cometidas pelos Capacetes Azuis em missões de paz e anunciou esta sexta-feira uma nova estratégia que deverá "mudar a situação".

Guterres, que substituiu no cargo Ban Ki-moon a 01 de Janeiro, nomeou uma comissão de nove pessoas para trabalhar numa nova abordagem do problema, dando um sinal claro da sua intenção de reforçar as sanções a aplicar nestes casos, que prejudicam a imagem da ONU.

Este grupo de trabalho vai apresentar rapidamente as suas conclusões sobre este problema, anunciou Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas.

Durante as missões de paz da ONU têm surgido dezenas de acusações de agressões sexuais, mas os países que fornecem os soldados para estas missões têm reticências em perseguir os suspeitos.

De acordo com as regras das Nações Unidas, cabe ao país de origem dos soldados castigar os militares acusados de má conduta durante as suas missões ao serviço da ONU.

Mas grupos de defesa dos direitos humanos têm criticado a falta de acção contra estes acusados, que muitas vezes nem são sujeitos a inquérito ou são apenas castigados com sanções ligeiras.

Esta nova estratégia para castigar os abusos sexuais fará parte de um relatório que António Guterres apresentará em Fevereiro à Assembleia Geral da ONU.

Segundo o relatório apresentado no ano passado, foram feitas 69 acusações de agressão sexual e exploração contra os soldados da paz provenientes de 21 países diferentes. No último mês o número de acusações era de 82, segundo a página da ONU na Internet.

Cerca de 100 mil soldados e polícias de 123 países participam em diferentes missões de manutenção da paz no mundo.

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