Iniciada limpeza do areal das ilhas-barreira. Há 15 quilómetros afectados por espuma

A limpeza das praias começou esta sexta-feira na ilha do Farol. As autoridades prevêem uma intervenção em maior escala este sábado, depois de reunidos voluntários e contactadas várias associações locais.

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Na praia da Armona, a extensão afectada é “muito maior” do que as autoridades previam

Aquilo que começou por ser uma mancha de espuma branca “com mais de cinco quilómetros” ao largo das ilhas algarvias da Culatra, Armona, Farol e Deserta deu à costa, tendo contaminado o areal das quatro ilhas-barreira. Há cerca de 15 quilómetros de praia afectados por um produto ainda por identificar.

Na praia da Armona, a extensão afectada é “muito maior” do que as autoridades previam. “A mancha afectou o areal quase todo”, adiantou ao PÚBLICO Rui Nunes Ferreira, capitão do porto de Olhão.

A limpeza das praias começou esta sexta-feira na ilha do Farol. As autoridades prevêem uma intervenção em maior escala este sábado, depois de reunidos voluntários e contactadas várias associações locais.

Na manhã desta sexta-feira, as acções de limpeza, no âmbito do programa Mar Limpo da Autoridade Marítima Nacional (AMN), reuniam esforços das capitanias e autarquias de Faro e Olhão, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Regional (CCDR) do Algarve, associações das ilhas-barreira, Protecção Civil, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e empresas locais.

Ainda é desconhecido qual o produto que formou a mancha, pelo que as autoridades actuam “como se fosse a pior situação”, ressalvou Nunes Ferreira. A capitania de Olhão espera conhecer os resultados das análises às amostras recolhidas pela Agência Portuguesa do Ambiente esta sexta-feira ou no início da próxima semana. A “logística complexa” dificulta as acções de limpeza, pelo que a capitania não indica uma data de conclusão dos trabalhos.

As autoridades recomendam que não se toque na substância. “Em princípio, não é nocivo para a saúde pública, mas ainda não é possível saber em concreto qual o material”, referiu o capitão do porto.

Com base nas primeiras análises da Agência Portuguesa do Ambiente, para onde foram enviadas amostras, exclui-se a possibilidade de ser algum tipo de hidrocarboneto. A observação da fauna no local também permitiu à capitania concluir que o produto “não é tóxico”. “Suspeitamos que seja parafina ou algum óleo orgânico vegetal”, informou esta quinta-feira.

Está ainda a decorrer o inquérito à origem da mancha de espuma. As autoridades suspeitam que tenha surgido de uma “lavagem ou derrame inadvertido de uma embarcação comercial que passou ao largo”.

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