Dono do Coachella financia grupos anti-LGBT e negacionistas das alterações climáticas

O festival de música norte-americano é conhecido pelos ideais liberais, de paz e amor, que tiveram o seu apogeu durante os anos 1960.

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Reuters/LUCY NICHOLSON

O Coachella Valley Music and Arts Festival nasceu em 1999, na Califórnia, apostado no revivalismo do ambiente de liberdade, paz e amor que marcou a década de 1960 nos EUA. O evento cresceu e tornou-se conhecido um pouco por todo o mundo pela sua promoção de ideais liberais, que ganham forma nas fotografias luminosas de jovens festivaleiras a ouvir música de coroas de flores na cabeça, a fazer lembrar o famoso Woodstock.

No entanto, o proprietário e organizador do festival, Philip Anschutz, não é exactamente um ambientalista nem um humanista. Pelo contrário. Anschutz tem um historial de financiamento de grupos anti-LGBT e de organizações que negam as alterações climáticas e a influência humana nessas mudanças ambientais.

Philip Anschuntz é dono da Anschuntz Entertainment Group, ou apenas AEG, uma das maiores empresas de entretenimento do mundo, e que trabalha em conjunto com a Goldenvoice, a empresa que organiza o Coachella.

Segundo o site Mic., o empresário utilizou as receitas geradas por estas empresas, e pelo festival, para doar centenas de milhares de dólares a organizações como a Aliança de Defesa da Liberdade (Alliance Defending Freedom), a Fundação Nacional Cristã (National Christian Foundation) e o Conselho de Investigação da Família (Family Research Council). Ora, o Mic. cita o Washington Post, que explica que estes grupos “trabalham agressivamente para acabar com a igualdade de direitos dos LGBT americanos”.

Anschutz não utiliza os seus meios financeiros e de influência neste tipo de organizações. De acordo com o director executivo do grupo de advogados ProgressNow Colorado, Ian Silverii, citado também pelo Mic., a Greenpeace especificou que o empresário é um dos principais financiadores “de grupos que negam as alterações climáticas, juntamente com os multimilionários dos combustíveis fósseis KochBrothers”.

A organização ambiental diz ainda que Anschutz reúne “milhões de dólares para influenciar políticas” através de grupos políticos ou think tanks conservadores, tais como a Fundação Heritage ou os Americanos pela Prosperidade.

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