Luís Borges é o "solitário fotógrafo" do Gerês

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Luís Borges sempre foi um "miúdo do campo"; não é por isso de estranhar que dedique, actualmente, grande parte do seu tempo livre ao que denomina de "fotografia rural", em contexto do Parque Nacional Peneda Gerês. Além da fauna e da flora do parque, Luís fotografa também o trabalho das pessoas da região, o interior das suas casas e as suas tradições. Sente uma ligação emocional à terra, tanto que confessa ter dificuldade em apontar a objectiva a outros assuntos. O mar é um exemplo. "Não é algo natural para mim, que nasci e cresci numa aldeia, na zona de Bragança, tantas vezes na companhia de animais de pasto", disse ao P3. As incursões pelas vastas montanhas do Gerês são, geralmente, matutinas e solitárias. Uma jornada equivale, geralmente, a 30 quilómetros de caminhada e é o palco dos encontros do fotógrafo com os protagonistas desta fotogaleria: cavalos selvagens, cabras-montesas, bovinos e lobos. "Encontrar um lobo é uma emoção muito forte. Normalmente encontro-os ao raiar do dia ou ao final da jornada. É um momento tão forte que mal tenho tempo de disparar e o resultado fica sempre aquém do desejado." Ao P3 disse também que se interessa pela flora da região que habita e que recentemente se deparou uma planta que não era avistada há cerca de cinco décadas, denominada de narcissus asturiensis. Luís é colaborador do projecto "O Gerês", que é seguido no facebook por mais de 30 mil pessoas, e as suas fotografias já foram distinguidas pelos curadores da edição portuguesa da National Geographic múltiplas vezes. O livro "Norteando", que editou em conjunto com "o pai do mirandês", Amadeu Ferreira, é outro dos trabalhos marcantes do fotógrafo.