Netanyahu quer perdoar a militar que matou palestiniano a sangue-frio

Imagens do sargento Elor Azaria a disparar contra palestiniano, ferido e desarmado, geraram onda de críticas internacionais.

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Familiares e amigos rodeiam o militar antes da leitura da sentença Heidi Levine/Reuters

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, expressou apoio a um perdão para o soldado condenado esta quarta-feira por homicídio por matar um palestiniano desarmado no chão, no dia em que se conheceu a sua condenação.

O soldado, que deveria ouvir a sentença no domingo, foi filmado a matar um palestiniano – que estava ferido no chão e tinha já sido desarmado depois de ter esfaqueado um outro militar. O julgamento dividiu o país.  

A defesa alegava que o sargento Elor Azaria, que tinha 19 anos à data do incidente (Março do ano passado), receava que Abdul Fatah al-Sharif tivesse um cinto de explosivos. No entanto, o argumento foi rejeitado por um tribunal militar de Telavive, que concluiu que o militar agiu por vingança, “violando as regras de actuação do Exército e sem qualquer justificação operacional”. 

A sentença poderá ir até aos 20 anos de prisão, esperando-se que o militar recorra.

Os factos remontam a 24 de Março do ano passado, pouco depois de Sharif e um outro jovem palestiniano terem esfaqueado um soldado israelita num posto de controlo na cidade de Hebron, na Cisjordânia, mimetizando um tipo de ataque que no último ano se tornou recorrente nos territórios ocupados. O amigo foi morto e Sharif foi ferido pelos militares israelitas, e depois foi revistado. Imagens captadas por um residente e divulgadas pela organização israelita de defesa dos direitos humanos B’Tselem mostram-no vivo no chão quando, no meio de outros soldados, Azaria engatilha a sua arma e dispara contra a cabeça do palestiniano, matando-o. 

As imagens provocaram condenação internacional, mas em Israel vários políticos da ala nacionalista saíram em defesa do militar, considerando justificada a sua acção perante a vaga de ataques com armas brancas levados a cabo por palestianos. Uma tese que as chefias militares rejeitaram, sublinhando que o comportamento de Azaria foi totalmente injustificado e mancha a reputação do Exército israelita.

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