China liberaliza mercado do sal depois de 2000 anos nas mãos do Estado

Produtores vão poder definir preços e vender directamente aos consumidores.

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O Governo chinês vê o consumo de sal iodado como uma questão de saúde Reuters/JASON LEE

Pela primeira vez em mais de dois milénios, os produtores de sal na China estão autorizados a vender directamente o produto. Até aqui, tinham de o vender a entidades estatais que por sua vez o revendiam aos consumidores. No entanto, boa parte daqueles produtores são empresas do Estado e a entrada de novas empresas no mercado não é um processo simples.

A medida já tinha sido anunciada no ano passado e está em vigor desde 1 de Janeiro. Naquilo a que chamou uma “liberalização completa dos preços do sal”, o Governo tinha comunicado que o sal passaria a ser vendido de acordo com “os custos de produção e operação, com a qualidade do sal e com a oferta e procura do mercado”. Mas os produtores estão obrigados a criar reservas, a assegurar a estabilidade dos preços e a tomar medidas para corrigir “flutuações anormais”.

Aquelas medidas destinam-se sobretudo a proteger os consumidores mais pobres, num país onde o sal é um ingrediente importante na gastronomia, cujo consumo é visto como uma questão de saúde devido ao iodo que lhe é acrescentado. No processo de liberalização dos preços, os governos locais foram autorizados a subsidiar a compra de sal.

Segundo o jornal Financial Times, a televisão estatal chinesa afirmou esta semana que o novo funcionamento do mercado levará a uma redução dos preços, que se traduzirá em maior rendimento disponível para os consumidores.

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