Eis o maior mapa digital do universo

Ao longo de quatro anos, cientistas fotografaram o céu em busca de objectos em movimento. A pesquisa foi agora disponibilizada para todos e permite aceder a um gigantesco mapa de estrelas e galáxias

É como se tivéssemos um gigantesco mapa de estrelas e galáxias na palma da mão. Em Maio de 2010, o projecto Pan-STARRS (Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System), da Universidade do Havai, começou a fotografar o céu com um telescópio localizado no vulcão inactivo Haleakala, que fica na ilha do Maui.

Ao longo de quatro anos, o céu foi scaneado doze vezes com cinco filtros distintos (como luz visível e infravermelha) com o objectivo de encontrar objectos em movimento, incluindo asteróides que podem potencialmente ameaçar a Terra. O resultado, agora divulgado e disponibilizado, mostra o universo como nunca o vimos — é a "maior pesquisa digital do céu do mundo". Os números falam por si: 3 biliões de fontes, incluindo estrelas, galáxias e outros objectos; um catálogo com 2 petabytes de dados, o "que equivale a um bilião de selfies ou a cem vezes o conteúdo total da Wikipédia", revela o Instituto de Astronomia da Universidade do Havai em comunicado. E uma gigantesca fotografia, resultante de meio milhão de exposições, que mostra o céu do Havai em toda a sua plenitude — se impressa na resolução máxima a imagem teria 2,5 quilómetros de comprimento.

"A pesquisa permite a qualquer pessoa aceder a milhões de imagens e usar a base de dados e catálogos que contém as medições precisas de biliões de estrelas e galáxias", sublinha Ken Chambers, director do Observatório. O objectivo dos investigadores é que outros cientistas, bem como estudantes ou simples curiosos, possam usar os dados para "fazer novas descobertas". "É um censos do universo", diz Chambers, num vídeo de apresentação da pesquisa. Em 2017, a equipa planeia produzir um novo catálogo. 

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Rob Ratkowski

Toda esta informação está arquivada no Space Telescope Science Institute, de Baltimore, e pode ser explorada aqui. Comparando com outros telescópios, o Pan-STARRS é relativamente pequeno, mas tem a maior câmara astronómica do mundo com 1,5 biliões de pixels. No entanto, em breve, poderemos ter um novo mapa digital do céu: o New York Times relembra que o Large Synoptic Survey Telescope, telescópio que está a ser construído no Chile, irá provavelmente superar este dados, "pesquisando 37 biliões de galáxias e estrelas e produzindo 15 terabytes de dados todas as noites durante dez anos assim que esteja completo em 2022".

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