Ministro indiano responde a denúncias de abusos sexuais em massa apontando o dedo às vítimas

Bangalore terá sido palco de inúmeros casos de assédio e violência sexual na noite da passagem de ano.

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Wikimedia Commons

A noite da passagem de ano numa das maiores cidades da Índia, Bangalore, ficou marcada por vários relatos de abusos de homens contra mulheres. Um ministro estadual atribui as responsabilidades a esta situação às jovens que tentam “copiar” a mentalidade e vestuário ocidental.

Segundo dá conta o Guardian, um jornal local cita várias testemunhas que relatam uma exaltação da multidão que festejava a chegada do ano novo com as mulheres presentes nas ruas de Bangalore a serem alvo de assédio e abusos sexuais.

Também o Bangalore Mirror diz que os seus fotojornalistas foram “testemunhas em primeira mão” de um “abuso em massa”, revelando imagens do incidente.

O Guardian refere testemunhas que contam vários episódios de abusos que aconteceram durante a noite de 31 de Dezembro, como por exemplo pessoas escondidas, atacantes que fingiam ajudar mulheres e que acabavam por cometer abusos sexuais e que “qualquer rapariga que passasse por aquelas ruas era, pelo menos, monitorizada com os olhos [dos homens]. Isso era o mínimo”, conta uma das testemunhas ao jornal britânico.

Com relatos de que a polícia nada fez perante esta situação, as autoridades da cidade indiana vieram a público informar que existiam muito poucas unidades na zona para que o incidente pudesse ser resolvido. Segundo informou a polícia, foram destacados 1600 unidades para as celebrações, quando cerca de 60 mil pessoas se reuniram no local.

Apesar disso, nenhuma queixa formal foi apresentada, diz a polícia, apelando para que as vítimas façam as respectivas denúncias.

Por sua vez, e à agência de notícias ANI, o ministro do estado de Karnataka G. Parmeshwara, onde se situa Bangalore, desvalorizou o episódio: “Em eventos como a passagem de ano… há mulheres que são assediadas e maltratadas. Este tipo de coisas realmente acontecem.” “[As jovens] tentaram copiar os ocidentais, não apenas em relação à mentalidade, mas até no vestuário”, criticou Parmeshwara.

No entanto, o ministro estadual garante que a polícia vai discutir e colocar em cima da mesa propostas para perceber se existem “alternativas para este tipo de eventos para que as mulheres e crianças possam estar em segurança”.

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