Barreiras de betão em Lisboa e Porto para prevenir atentados com camiões

Policiamento será reforçado nas áreas circundantes à Praça do Comércio em Lisboa. Nos acessos à Avenida dos Aliados, no Porto, a segurança também será reforçada.

Fotogaleria
No Porto, foram colocadas barreiras de segurança em várias artérias que vão dar à Avenida dos Aliados Paulo Pimenta
Fotogaleria
No Porto, foram colocadas barreiras de segurança em várias artérias que vão dar à Avenida dos Aliados Paulo Pimenta
Fotogaleria
No Porto, foram colocadas barreiras de segurança em várias artérias que vão dar à Avenida dos Aliados Paulo Pimenta
Fotogaleria
A PSP de Lisboa vai colocar largartas com espigões e barreiras de betão em áreas circundantes à Praça do Comércio, em Lisboa Bruno Lisita

A PSP de Lisboa vai colocar largartas com espigões e barreiras de betão em áreas circundantes à Praça do Comércio, em Lisboa, para evitar eventuais atentados terroristas com camiões como o que aconteceu recentemente em Berlim. No Porto, também já foram colocadas barreiras de betão nas ruas que circundam a Avenida dos Aliados.

O policiamento do centro da capital vai ser reforçado com mais de 200 agentes e com elementos da unidade especial de polícia, distribuídos por três anéis de segurança, de acordo com comando metropolitano de Lisboa. São os chamados postos de controlo e de visibilidade em que não se prevê a revista de pessoas.

Nos acessos à Praça do Comércio, onde são esperadas mais de 200 mil pessoas para assistirem aos concertos e fogo de artifício, o trânsito estará cortado entre as 20h00 desta noite até às 5h00 da madrugada. Durante esse período, estão cortadas a avenida Infante D. Henrique, com desvio para a Avenida Mouzinho de Albuquerque, a avenida 24 de Julho e inversão de sentido no Cais do Sodré e desvio para a rua do Alecrim. Há também condicionamento parcial na avenida D. Carlos. Entre as 20h00 de hoje e as 5 da manhã deste domingo, o trânsito de carros particulares proveniente na Avenida da Liberdade tem de fazer inversão de sentido nos Restauradores. Na Praça do Comércio, fica fechado o acesso à Rua dos Fanqueiros, e a partir das 23h45, encerra a estação de metro.

As medidas de segurança tomadas em Lisboa para travar eventuais veículos desgovernados acontecem semanas depois de um camião ter entrado com velocidade num mercado de Natal, em Berlim, tendo provocado 12 mortos e 48 feridos. Um ataque terrorista semelhante tinha ocorrido em Julho, em Nice, França, causando 84 vítimas mortais.

Apesar destas medidas preventivas, o Ministério da Administração Interna, segundo o Jornal de Notícias, refere que o nível de alerta de terrorismo em Portugal mantém-se sem alteração.

Segurança apertada em todo mundo para receber 2017

O mundo prepara-se para uma longa noite de festividades de Ano Novo com um alto nível de segurança, no final de um ano ensanguentado por uma série de atentados contra civis. Ouagadougou, Istambul, Orlando, Bruxelas, Bagdad… é longa a lista das cidades atingidas por atentados cegos em 2016.

Em Nice (86 mortos) e em Berlim (12 mortos), os grandes ajuntamentos de pessoas foram os alvos de ataques com camiões – um cenário que levanta grandes receios aos serviços de segurança para este réveillon.

Apesar disso, as multidões têm encontro marcado para a noite de sábado nas ruas da Ásia, do Médio Oriente, de África, da Europa e da América para entrar num ano cheio de incertezas políticas e geopolíticas.

Devido às diferenças horárias, Sydney foi a primeira cidade a lançar a contagem decrescente para o Ano Novo, com 12 minutos de fogo-de-artifício sobre a sua emblemática baía. Mas a Austrália está também na primeira linha do combate ao terrorismo. Dois mil polícias suplementares foram mobilizados para Sydney (onde se espera um milhão e meio de pessoas) depois da detenção de um homem por “ameaças relacionadas com o Ano Novo”. Há uma semana, Camberra anunciou ter descoberto uma “conspiração terrorista” para o dia Natal em Melbourne.

“Encorajo todo o mundo a aproveitar a noite, sabendo que a polícia fará tudo ao seu alcance para garantir a segurança”, declarou o primeiro-ministro do Estado de Nova-Gales do Sul, Mike Baird.

Paris é de novo uma festa

Em todos os continentes, a segurança está no centro das preocupações. Jacarta também disse ter descoberto um projecto de atentado no Natal de um grupo ligado ao Daesh. Israel, por seu lado, lançou um aviso contra os riscos “imediatos” de eventuais atentados contra turistas, nomeadamente israelitas a viajar na Índia. 

Em Nova Iorque, 165 veículos “bloqueadores” – entre os quais camiões de limpeza das ruas – serão colocados em “locais estratégicos”, nomeadamente junto a Times Square, onde se espera mais de um milhão de pessoas para assistir à tradicional descida da bola do Ano Novo.

Em Berlim, blocos de betão e veículos blindados serão colocados nas artérias que levam à Porta de Brandenburgo. Em Colónia, os efectivos da polícia mais do que duplicaram, um ano depois da vaga de agressões sexuais cometidas por emigrantes, que traumatizou a cidade.

Depois de um Ano Novo de 2016 em versão reduzida na sequência dos atentados de 13 de Novembro, Paris é novamente uma festa: meio milhão de pessoas são esperadas nos Campos Elísios. Mas a segurança quer-se máxima: cerca de 100 mil polícias e militares foram mobilizados por toda a França e novos dispositivos de protecção foram instalados, entre os quais também blocos de betão.

Em Moscovo, pelo segundo ano consecutivo, a Praça Vermelha será encerrada ao grande público. Enquanto no passado dezenas de milhar de pessoas se reuniam nesse local para festejar o Ano Novo ao som dos sinos do Kremlin, desta vez apenas 6000 convidados poderão aceder à praça.

Um segundo a mais

No Rio, mais de dois milhões de pessoas são esperadas na praia de Copacabana. Mas, a crise a isso obriga, o fogo-de-artifício foi reduzido de 16 para 12 minutos, devido à falta de financiamento numa cidade que luta ainda para se recompor dos gastos ligados à organização do Campeonato do Mundo de Futebol em 2014 e depois dos Jogos Olímpicos.

A América será o último continente a entrar no Novo Ano, que se anuncia cheio de incógnitas, a começar pela chegada à Casa Branca de Donald Trump, que ninguém teria conseguido prever a 31 de Dezembro de 2015.

Incerteza também sobre o conflito na Síria, cujas ondas de choque se propagam desde há seis anos bem para lá do Médio Oriente e onde um cessar-fogo parcial acaba de entrar em vigor. Bagdad viveu uma véspera de Ano Novo sangrenta com um duplo atentado suicida (27 mortos).

Questões igualmente para os europeus sobre as condições em que irá decorrer o Brexit britânico e, para os franceses, chamados a eleger o sucessor do actual Presidente François Hollande.

Antes de o mundo entrar no desconhecido, todos os que festejam no planeta terão um segundo suplementar para aproveitar uma noite única. Assim, o minuto entre as 23h59 e as 00h00 durará um segundo mais do que o normal, um “segundo intercalar” que permite relacionar o tempo astronómico, ligado à rotação da Terra, com a escala do tempo legal extremamente estável.

Sugerir correcção
Ler 8 comentários