Um “refúgio natural” camuflado no Douro

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A estratégia foi assumida: "Encastrar as construções na topografia", conseguindo dessa forma criar "corpos parcialmente balançados sobre a paisagem, explorando uma redução do impacto construtivo e dissimulando os edifícios na paisagem". No Eurostars Rio Douro Hotel & SPA, em Castelo de Paiva, o arquitecto João Pedro Serôdio, do atelieSerôdio Furtado, procurou "acentuar o carácter de refúgio natural duriense". A ideia, explica numa descrição do projecto, foi explorar a orientação e os campos visuais da paisagem para a qualificação dos diversos espaços e, dessa forma, conseguir que o edifício apareça "apenas nos pontos em que colhe a paisagem, apropriando-a". O hotel divide-se em áreas que correspondem aos diferentes volumes, explicam, "as zonas sociais de entrada, estar, bar e lazer implantam-se nos edifícios existentes que se reconstroem; as zonas de quartos, restaurante, spa implantam-se em corpos de um só piso com as coberturas ajardinadas, parcialmente balançados sobre o rio Douro a norte e sobre a paisagem a poente; as zonas técnicas e de serviço enterram-se na encosta". Já os apartamentos turísticos aparecem ao longo da encosta, "em fracções tipo moradia em banda cujo programa está concentrado num só piso". O xisto e vidro foram mantidos, como forma de garantir a ligação à identidade, e foi introduzido também "o betão e o sistema cappotto como um material mais moderno". O arquitecto João Pedro Serôdio licenciou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1991, fez um estágio na Suíça e tem escritório no Porto, com a arquitecta Isabel Furtado, desde 1992.