Google presta homenagem a Paco de Lucía com uma exposição virtual

No dia em que Paco de Lucía (1947-2014) faria 69 anos, o portal de Artes e Cultura do Google inaugurou uma exposição virtual dedicada à vida e obra do genial guitarrista: Memories of Paco.

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Paco de Lucía num concerto em Algeciras, a sua terra natal, em 9 de Setembro de 2006 JOSE LUIS ROCA/AFP
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Em concerto no Porto, no Rivoli, em 1991 PAULO RICCA
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Em Oviedo, quando recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias, em Outubro de 2004 ALONZO GONZALEZ/REUTERS
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Imagem do Doodle que o Google agora lhe dedicou GOOGLE
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Mural na estação 9 de Madrid, da autoria dos artistas urbanos Okuda e Rosh333 SEBASTIEN BERDA/AFP

O portal de Artes e Cultura do Google assinalou o 69.º aniversário do nascimento do guitarrista e compositor espanhol (e universal) Paco de Lucía com um dos seus célebres “doodles” (animações temáticas) mas também com uma cuidada exposição virtual sobre a sua vida e obra, em parceria com o Instituto Andaluz do Flamenco. A exposição, cujos textos estão em inglês, divide-se em trinta “quadros” diferentes, abrangendo cronologicamente os diferentes passos da sua carreira.

Nascido no bairro de La Bajaduilla, Algeciras, em 21 de Dezembro de 1947, Francisco Sánchez Gómez (é esse o seu nome de baptismo) tornou-se mais tarde Paco de Lucía em homenagem à sua mãe. Filho de Antonio Sánchez Pecino, espanhol, e de Lúcia (que se tornou Luzía) Gomes, uma imigrante portuguesa que se radicou em Algeciras nos anos 30, Paco chegou a pensar actuar a solo como Paco de Algeciras, depois de deixar o duo que tinha com o seu irmão Pepe, sob o nome de Los Chiquitos de Algeciras, no início dos anos 1960. Mas acabou por escolher o nome de Paco de Lucía em homenagem à sua mãe. A exposição virtual segue este percurso, mas não diz que a mãe nasceu na algarvia Castro Marim (que viria a dar nome a um disco de Paco).

Os passos fundamentais da carreira de Paco estão documentados, na exposição, com fotografias e pequenos textos: o trabalho fundamental com Camarón de la Isla, que revolucionou o flamenco; a aproximação a figuras do jazz, como Chick Corea ou John McLaughlin, e os concertos com este último e com Al Di Meola (há um vídeo de um concerto a três, com Mediterranean Sundance, nos anos 1980), mas também com Larry Coryell ou Wynton Marsalis; as suas aventuras em territórios clássicos (com De Falla ou o Concierto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo); os tempos do sexteto, com os seus irmãos Ramón e Pepe; os momentos de dor e luto (a morte dos pais, da irmã, de Camarón de la Isla) reflectidos na música; a actividade de Paco no cinema, como actor, músico ou compositor, em ficções ou documentários; a inspiração que foi para desenhadores, pintores ou fotógrafos; os prémios e distinções; a consagração em várias partes do mundo.

No meio dos vários “quadros”, podem ver-se vídeos musicais (entre os quais Entre dos aguas, de 1976, transmitido pela TVE; ou o vibrante Sevillanas a dos guitarras, com Manolo Sanlúcar) e três excertos de uma entrevista feita no ano 2000 a Paco de Lucía em Playa del Carmen, Cancún, México, pelo escritor e jornalista Juan José Téllez Rubio, que é também curador desta exposição virtual. Antes de Memoria de Paco, que será oficialmente apresentada esta quarta-feira à noite, na terra natal do guitarrista, Algeciras, o portal de Artes e Cultura do Google já tinha colaborado uma vez com o Instituto Andaluz do Flamenco (IAF), na apresentação de vários documentos (textos, fotografias e vídeos, ainda em linha) que serviram de base à candidatura do flamenco a Património Imaterial da Humanidade, distinção que lhe foi reconhecida pela Unesco em 2010.

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