Juiz Carlos Alexandre ilibado no caso da entrevista à SIC

Membros do Conselho Superior da Magistratura estão divididos: sete dos 15 não queriam ver inquérito arquivado. Algumas declarações foram consideradas “pouco felizes”.

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Inquérito tinha sido aberto na sequência de declarações proferidas pelo juiz Carlos Alexandre numa entrevista à SIC miguel manso

O Conselho Superior da Magistratura decidiu nesta terça-feira arquivar um inquérito que tinha sido aberto na sequência de declarações proferidas pelo juiz Carlos Alexandre numa entrevista à estação televisiva SIC.

A deliberação dividiu, porém, os membros do conselho, que não são todos juízes: foram sete os membros que se manifestaram contra o arquivamento, tendo apenas oito votado a favor. “Pese embora sendo pouco felizes algumas dessas declarações, não se revestem de relevância disciplinar”, refere uma nota informativa deste órgão que tutela os magistrados judiciais.

A abertura do inquérito surgiu na sequência de uma queixa do antigo primeiro-ministro José Sócrates contra o magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal. Carlos Alexandre disse na entrevista, emitida no início de Setembro passado, que não tinha amigos ricos, o que foi visto por muitos como uma referência à Operação Marquês, que tem como figura central precisamente o antigo líder do PS.

Observando que costuma fazer turnos extras no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para estar atento à realidade do país, mas também para pagar as contas ao final do mês, o magistrado explicou-se da seguinte forma: “Como eu não tenho amigos, amigos no sentido de pródigos, não tenho fortuna herdada de meus pais ou de meus sogros, preciso de dinheiro para pagar os meus encargos. E não tenho forma de o alcançar que não seja através do trabalho honrado e sério.”

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