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Ainda existe no mundo um clube de fãs do Estaline
Josef Estaline nasceu em Gori, na Geórgia, onde um séquito lhe permanece incondicionalmente fiel. Já são poucos os estalinistas, mas são convictos, ferverosos. "Estaline simboliza para mim o que Jesus Cristo simboliza para as pessoas religiosas", disse à Reuters Shalva Didebashvili, de 78 anos. A relação da Geórgia com o seu passado soviético é invariavelmente um ponto de discórdia entre georgianos. Uns são saudosos desse passado - ligado à prosperidade económica de uma minoria - e outros vêem-no apenas como um contratempo histórico. Apesar da mão de ferro com que Stalin governou a União Soviética - governação que ficou marcada por repressão massiva, pelos castigos em campos de trabalho siberianos e pela fome - a idosa Stefanishvili, economista reformada, vê no ditador um homem exemplar. "Todas as manhãs vou ao quarto [onde guardo toda a memorabilia] e dou os bons dias a Stalin... Estou presente em todas as ocasiões, nos aniversários de vida e de morte", conta à agência noticiosa. "Tenho pinturas, muitos livros sobre Estalin, bustos, jornais da época, souvenirs. A maioria das coisas comprei, mas muitas foram oferecidas; algumas foram mesmo encontradas no lixo." A maioria dos estalinistas georgianos pertencem ao partido comunista, um partido desprezado por parte dos jovens, que nutrem simpatia pela União Europeia e pela NATO. Por esse motivo, os indícios de que Gori foi a cidade natal de Estaline foram desaparecendo. Depois de 2011, dezenas de monumentos da era soviética foram retirados e as ruas foram rebaptizadas de forma a apagar os vestígios do comunismo. "Tento sempre estar presente nas comemorações do aniversário de Estaline, em Gori. Infelizmente, a maioria das pessoas não se junta a nós, mesmo que viva perto. Limitam-se a olhar-nos das suas janelas."