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Ainda existe no mundo um clube de fãs do Estaline

Vasili Sidamonidze, 70 anos, construtor civil reformado, habitande de Gori
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Vasili Sidamonidze, 70 anos, construtor civil reformado, habitande de Gori

Josef Estaline nasceu em Gori, na Geórgia, onde um séquito lhe permanece incondicionalmente fiel. Já são poucos os estalinistas, mas são convictos, ferverosos. "Estaline simboliza para mim o que Jesus Cristo simboliza para as pessoas religiosas", disse à Reuters Shalva Didebashvili, de 78 anos. A relação da Geórgia com o seu passado soviético é invariavelmente um ponto de discórdia entre georgianos. Uns são saudosos desse passado - ligado à prosperidade económica de uma minoria - e outros vêem-no apenas como um contratempo histórico. Apesar da mão de ferro com que Stalin governou a União Soviética - governação que ficou marcada por repressão massiva, pelos castigos em campos de trabalho siberianos e pela fome - a idosa Stefanishvili, economista reformada, vê no ditador um homem exemplar. "Todas as manhãs vou ao quarto [onde guardo toda a memorabilia] e dou os bons dias a Stalin... Estou presente em todas as ocasiões, nos aniversários de vida e de morte", conta à agência noticiosa. "Tenho pinturas, muitos livros sobre Estalin, bustos, jornais da época, souvenirs. A maioria das coisas comprei, mas muitas foram oferecidas; algumas foram mesmo encontradas no lixo." A maioria dos estalinistas georgianos pertencem ao partido comunista, um partido desprezado por parte dos jovens, que nutrem simpatia pela União Europeia e pela NATO. Por esse motivo, os indícios de que Gori foi a cidade natal de Estaline foram desaparecendo. Depois de 2011, dezenas de monumentos da era soviética foram retirados e as ruas foram rebaptizadas de forma a apagar os vestígios do comunismo. "Tento sempre estar presente nas comemorações do aniversário de Estaline, em Gori. Infelizmente, a maioria das pessoas não se junta a nós, mesmo que viva perto. Limitam-se a olhar-nos das suas janelas."

Nazi Stefanishvili, 73 anos, economista reformada, vive em Tbilisi
Ushangi Davitashvili, 86, motorista reformado, vive em Tbilisi
Shalva Didebashvili, 78 anos, posa para o retrato na sua casa em Mtskheta
Natia Babunashvili, 40 anos, é desempregada e mãe de dois filhos que seguem a sua orientação política
Suliko Berdzenishvili, 82, ex-trabalhador da companhia ferroviária, vive em Tbilisi
Levan Gongadze, 87, vive em Tbilisi
Olga Danelia, 62 anos, contabilista reformada, vive em Rustavi
Guram Kardanakhishvili, 86 anos, engenheiro reformado, vive em Tbilisi
librarian Tsitsino Tsintsadze, 77 anos, vive em Tbilisi
Jiuli Sikmashvili, 77 anos (ao centro), posa na sede do partido comunista em Tbilisi
Otar Chigladze, 82, economista reformado, vive em Tbilisi