Sibéria: 33 pessoas morrem por beberem óleo de banho perfumado

Líquido foi consumido como substituto de bebidas alcoólicas. Foram detidas duas pessoas.

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O álcool artesanal e os produtos de limpeza são usados, na Rússia, como um substituto ao álcool tradicional Reuters/DANIEL MUNOZ

Pelo menos 33 residentes de Irkutsk, na Sibéria, morreram durante este fim-de-semana depois de beberem óleo de banho perfumado, na esperança que lhes desse uma sensação semelhante à do álcool, anunciaram as autoridades russas esta segunda-feira.

Um comunicado dos investigadores russos revela que foram detidas duas pessoas suspeitas de vender os óleos de banho. O produto tinha um aviso no rótulo a dizer que era impróprio para consumo. Segundo as autoridades, o produto continha metanol, uma substância tóxica utilizada como anticongelante, mas que é frequentemente consumida como álcool pelo seu preço baixo. Não se sabe se as pessoas que vendiam o produto o estavam a fazer passar por outra bebida destilada, como a vodka.

“Quarenta e duas pessoas foram admitidas em instituições médicas”, lê-se no comunicado, citado pela Reuters. “Os investigadores e a polícia vão continuar com as buscas a mercados para saber onde é que o líquido foi obtido pela primeira vez. Mais de 100 pontos de venda foram identificados”. 

Os investigadores abriram um caso sobre estes envenenamentos e confiscaram mais de 2000 litros de bebidas destiladas. Stanislav Zubovsky, um procurador local, disse à agência noticiosa Interfax que “o número de mortos ia subir ainda mais”. 

O primeiro-ministro russo, Dmitry Medveved, disse numa reunião do seu executivo que queria banir estes produtos, causa de tantas mortes no país, e acrescentou que o código criminal russo está a ser alterado para que o castigo seja mais duro para quem for apanhado a vendê-lo, escreve a Reuters.

A cidade de Irkutsk, com mais ou menos 6000 habitantes e situa-se a mais de 4000 quilómetros a Este de Moscovo. A contrafacção de álcool e a procura de substitutos é comum nesta região russa. 

As águas-de-colónia de gama baixa e as loções que contêm álcool são vendidas sem as restrições que se aplicam às bebidas destiladas, ainda que sejam consumidas pelos russos mais pobres. O álcool artesanal e os produtos de limpeza que contenham álcool são utilizados, muitas vezes, como uma alternativa mais barata ao álcool tradicional. Em 2015, morreram quase 15 mil pessoas como consequência desta prática.

Em 2015, as autoridades russas deram conta de uma explosão de venda de álcool no mercado negro, consequência do aumento do preço das bebidas destiladas, decretado para lutar contra o alcoolismo.

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