Candidatura do rio Minho a Paisagem Cultural da UNESCO apresentada ao Governo

Autarca de Caminha acredita que a candidatura ibérica tem "todas as condições para sair vitoriosa". Cabe agora ao governo "decidir se a proposta tem mérito", disse.

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Rio Minho é um "património comum" que as autarquias ibéricas quem ver reconhecido Fernando Veludo

A candidatura do estuário do rio Minho a Paisagem Cultural da Unesco, iniciada em 2015 pelas câmaras de Caminha (Alto Minho) e La Guardia (Galiza) foi apresentado ao Governo português, que considerou o projecto conjunto "muito interessante".

Em comunicado, esta segunda-feira, a Câmara de Caminha revelou que a candidatura foi apresentada ao ministro da Cultura, sendo uma "etapa importante no reconhecimento mundial de um património comum".

Citado na nota autárquica, Castro Mendes afirmou que "o Governo de Portugal vê com muito interesse e entusiasmo a candidatura transfronteiriça sustentada em história, património e beleza natural".

"Foi com muita alegria e sentido de responsabilidade que apresentamos ao Governo português o trabalho que temos vindo a desenvolver no último ano para candidatar o estuário do Minho a Paisagem Cultural da UNESCO. Alegria porque estamos a meio de um percurso que honra o nosso concelho e a nossa região, a meio de uma ambição universal para a nossa terra e porque o Governo português soube acolher de forma muito calorosa o nosso trabalho e o nosso desejo. Responsabilidade porque sabemos que temos toda uma comunidade luso-galaica por trás, séculos de história e convivência e a expectativa de um povo comum que nos empurra para darmos voz universal ao nosso rio e à nossa cultura", disse o autarca de Caminha, Miguel Alves, também citado naquela nota.

De acordo com aquela autarquia, no distrito de Viana do Castelo, após a entrega da candidatura, na semana passada, "cabe ao Governo português decidir, depois de ouvidas todas as instituições, se a proposta tem mérito e deve ser colocada junto da lista nacional indicativa da UNESCO".

"Temos muita confiança de que Portugal e Espanha possam assumir esta candidatura que cremos ter todas as condições para sair vitoriosa", afirmou o autarca socialista.

O Laboratório de Património e Turismo Cultural (LABPATC) da Universidade de Barcelona é a instituição de ensino superior responsável pela elaboração do processo. Além daquele estabelecimento de ensino superior, o protocolo de colaboração estabelecido em Março passado abrange ainda a Rede do Património, Turismo de Desenvolvimento Sustentável (Ibertur).

Com aquele acordo a Universidade de Barcelona, "fica encarregada da gestão do processo, fornecendo o suporte profissional e a assistência técnica necessários para o desenvolvimento do programa de investigação, formação e desenvolvimento do projecto".

Em Novembro de 2015, o autarca de Caminha, Miguel Alves e alcaide La Guardia, António Lomba Baz, assinaram um memorando de entendimento que deu início ao projecto conjunto de candidatar do estuário daquele curso internacional de água a Paisagem Cultural da Unesco.

"É uma grande aposta dos dois municípios que acreditam que a riqueza histórica, cultural, paisagística, ambiental, económica, etnográfica e humana desta zona comum são condições suficientes para o sucesso do projecto, que é possível graças às excelentes relações entre La Guardia e Caminha e ao espírito de colaboração reforçado ao longo dos últimos dois anos", afirmou, na altura, o município português.

Para os dois concelhos vizinhos, a Universidade de Barcelona "é o parceiro ideal para este projecto, uma vez que integra o grupo restrito de cinco universidades, a nível mundial, que têm convénio com o Centro de Património Mundial da Unesco".

Brandemburgo - Cottbus (Alemanha), Dublin (Irlanda), Turim (Itália) e Tsukuba (Japão) são os outros estabelecimentos de ensino superior com essa competência.

Segundo a Câmara de Caminha, actualmente, 1031 sítios e lugares detêm o estatuto de "Património Mundial", dos quais 802 são de carácter cultural, 197 naturais e 32 mistos.

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