Há dois colégios onde os alunos progridem sempre mais do que no resto do país

O pior desempenho das escolas públicas verifica-se no ensino secundário, onde há apenas duas escolas na lista de 15 estabelecimentos de ensino que garantem maiores progressões aos seus alunos.

Foto
Continuidade na mesma escola potencia melhores desempenhos Fernando Veludo

Os alunos dos colégios Luso-Francês, no Porto, e Valsassina, em Lisboa, conseguem aprender mais do que a média dos restantes colegas do país, independentemente do ciclo de estudos que frequentem. Estes são os únicos dois estabelecimentos de ensino que estão em destaque tanto no secundário como no 2.º e 3.º ciclos no indicador que mede os progressos no nível de conhecimento dos estudantes à entrada e à saída de cada nível de ensino. Há outras cinco escolas que conseguem resultados positivos em dois ciclos distintos, todas do sector particular e cooperativo.

O “indicador da progressão dos resultados dos alunos” – é esse o seu nome completo – compara os resultados que os alunos de cada escola tiveram nos exames nacionais de Português e Matemática no final do ciclo (6.º, 9.º e 11.º/12.º ano) com o final do ciclo imediatamente anterior (4.º, 6.º e 9.º ano, respectivamente). Por exemplo, quando um aluno passa de um resultado abaixo da média no 9.º ano para um resultado acima da média no 12.º, considera-se que teve uma “progressão positiva”.

É isso que acontece em todos os níveis de ensino com os alunos dos colégios Luso-Francês e Valsassina. Estes conseguem sempre melhorar em relação ao seu próprio desempenho no final do ciclo anterior tanto nos resultados do 2.º e 3.º ciclos como nos do secundário. Parte deste sucesso prende-se com a possibilidade de os alunos se manterem sempre dentro da mesma escola “dos 3 aos 17 anos”, valoriza o director pedagógico do colégio Luso-Francês, José Rui Teixeira. “São essas condições de estabilidade que nos permitem ter estes indicadores muito positivos”, acrescenta. Frisa ainda que esta escola particular não faz selecção de alunos, por orientação da congregação franciscana que gere o estabelecimento.

Além destes dois colégios, há outros cinco que estão presentes em duas das listas das maiores progressões. O colégio D. Diogo de Sousa, de Braga, e o do Rosário, no Porto, estão ambos em destaque no secundário e 2.º ciclo. O colégio de Santa Doroteia, em Lisboa, tem bons resultados no secundário e 3.º ciclo. Já o colégio Minerva, do Barreiro, e o externato Paulo VI, de Gondomar, aparecem em ambas as listas do ensino básico.

PÚBLICO -
Aumentar

As escolas públicas estão mais bem representadas nos indicadores de progressão no 2.º e 3.º ciclos. Pouco mais de metade das 114 escolas que garantem que os seus alunos aprendem mais do que a média nacional entre o 4.º e o 6.º pertencem à rede do Estado. No 3.º ciclo, há 15 escolas que garantem melhores desempenhos dos respectivos estudantes, das quais, 47% são públicas.

O pior desempenho das escolas públicas verifica-se no ensino secundário, onde há apenas duas escolas na lista de 15 estabelecimentos de ensino que garantem maiores progressões aos seus alunos, as escolas secundárias de Ponte de Lima (que é a 93.ª do ranking tradicional) e a de Arganil (171.ª).

No entanto, é preciso ter em conta que as listas dos 6.º e 9.º anos têm em conta um menor número de resultados. No caso do 2.º ciclo, por ser a primeira vez que este indicador é publicado, são apenas contabilizados os exames de 2016. E com o fim dos exames do 6.º ano, provavelmente desaparecerá deste indicador. No caso do 9.º ano, são tidos em conta os últimos dois anos lectivos. Para o ensino secundário, o indicador baseia-se nos anos lectivos 2012/13 a 2015/16.

Veja a lista ordenada das escolas

Sugerir correcção
Ler 7 comentários