Trump dramatiza confronto com China e deixa escapar uma gralha

No Twitter, o Presidente eleito escreve uma mensagem crítica por causa do drone americano apreendido na sexta-feira.

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AFP/JIM WATSON

"A China rouba um drone de investigação ao serviço da Marinha dos EUA em águas internacionais, num acto sem precedentes". É desta forma que o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, vê o caso que nasceu na sexta-feira, quando um navio de guerra chinês apreendeu um drone subaquático oceanográfico que explorava águas no Mar do Sul da China. Um gesto que não caiu bem nos EUA, e que levou Trump a reagir, horas mais tarde, através de uma mensagem no Twitter, que teve de ser repetida.

A primeira mensagem sobre o tema publicada por Trump naquela rede social continha um erro de ortografia. Trump quis qualificar o gesto chinês como "sem precedentes" [unprecedented, em inglês], mas na primeir tentativa escreveu "unpresidented". Uma palavra que não existe – mas prontamente convertida na hashtag #unpresidented, mas que suscitou múltiplas reacções no Twitter, com um utilizador a dizer que a palavra usada erradamente por Trump se refere "ao acto de não fazer alguém presidente". "O melhor lapso freudiano de sempre", escreveu outro utilizador. O tweet contendo a gralha ortográfica acabaria por ser apagado.

A mensagem de Trump causou dúvidas sobre se estava afinal em curso uma escalada de palavras entre EUA e a China, país cujo Governo já anda de candeias às avessas com Trump desde que este decidiu, no início de Dezembro, enquanto Presidente eleito dos EUA, falar directamente com a Presidente de Taiwan – um acto literalmente sem precendentes para um Presidente americano nos últimos 37 anos.

Porém, horas antes de Trump lançar a sua mensagem, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros declarava que os dois governos estavam a negociar o destino do equipamento que foi apreendido e que, segundo o Pentágono, citado pelo jornal britânico The Guardian, pertence a uma entidade privada, tendo sido lançado à água pelo navio USNS Bowditch, com o objectivo de recolher dados científicos naquela zona.

O mesmo responsável do governo de Pequim disse, no entanto, que a dramatização do caso por parte dos EUA não estava a contribuir para encontrar calmamente uma solução.

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