PPE já escolheu candidato à sucessão de Schulz

Antonio Tajani , ex-vice-presidente de Durão Barroso na Comissão Europeia, confiante na vitória. Promete ser o “presidente do consenso".

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Está aberta a sucessão à presidência do Parlamento Europeu EDERICK FLORIN/AFP

O italiano Antonio Tajani, ex-vice-presidente de Durão Barroso, ex-comissário europeu dos Transportes na Comissão Europeia, é o candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à presidência do Parlamento Europeu.

Esta quarta-feira, numa conferência em Estrasburgo, António Tajini expressou confiança na sua eleição para presidente do Parlamento Europeu (PE), cargo que é ocupado há cinco anos por Martin Schulz, que vai abandonar a política europeia para se candidatar às eleições legislativas alemãs, em 2017, contra a chanceler Angela Merkel.

“Quero ser o presidente do consenso e a minha candidatura é a mais abrangente possível”, declarou António Tajini, numa conferência, esta quarta-feira, em Estrasburgo. “Acho que nos próximos dois anos e meio teremos um presidente [do Parlamento Europeu] do PPE, eleito com muitas vozes de outros grupos”, disse o eurodeputado italiano.

Tajini, de 63 anos, foi facilmente eleito terça-feira pelo seu grupo político. A eleição do chefe do Parlamento Europeia realiza-se no dia 17 de Janeiro.

Na corrida à presidência do Parlamento Europeu está também o eurodeputado italiano e líder social-democrata, Gianni Pittella e o PPE já veio lamentar a sua candidatura.

Antonio Tajani foi comissário europeu durante os dois mandatos de José Manuel Durão Barroso à frente do executivo comunitário, primeiro como comissário dos Transportes (2008 a 2010) e depois como responsável pela Indústria (2010 a 2014), tendo em ambos os casos sido vice-presidente, cargo que ocupava igualmente no Parlamento Europeu desde 2014.

Nesse ano, os membros do PPE apoiaram a recandidatura do social-democrata, Martin Schulz à frente do Parlamento Europeu para um segundo mandato, desde que os socialistas concordassem em dar o apoio ao candidato conservador no início de 2017.

“Há dois anos e meio eu disse ao meu grupo para votar em Martin Schulz”, recordou esta quarta-feira, Manfred Weber, líder do PPE, que é maior família política da assembleia europeia, à qual pertencem PSD e CDS-PP. “Queremos continuar a construir pontes com todas as forças pró-europeias”, sublinhou Manfred Weber, vincando a necessidade de um trabalho conjunto sobre questões como a luta contra o terrorismo e o desemprego dos jovens.

Apesar de o PPE ser a força com mais eurodeputados no hemiciclo, a eleição de Tajani não é, no entanto, pacífica, uma vez que os conservadores de centro-direita já ocupam a presidência das outras duas grandes instituições da União Europeia - Comissão Europeia, liderada por Jean-Claude Juncker, e Conselho Europeu, presidido por Donald Tusk, ambos pertencentes ao PPE - e as restantes famílias políticas rejeitam um monopólio dos cargos de topo da UE.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, anunciou no passado dia 24 de Novembro, que ia abandonar a política europeia e concorrer nas próximas legislativas alemãs, em 2017, contra a chanceler Angela Merkel.

"Não irei concorrer para presidente do Parlamento Europeu no próximo ano, irei candidatar-me ao Bundestag alemão como cabeça de lista do meu partido, o SPD, pela Renânia do Norte/Vestfália", anunciou Schulz, numa declaração em Bruxelas”, revelando que "não foi uma decisão fácil".

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