Lula da Silva na frente das sondagens para as presidenciais brasileiras

Votação está marcada para 2018, e só será antecipada se o Presidente Michel Temer renunciar ao mandato até ao fim do ano. Líder histórico do PT bate todos os adversários na primeira volta, e só perde na votação derradeira se a adversária for Marina Silva.

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O ex-Presidente do Brasil Lula da Silva está bem posicionado nas sondagens AFP/NELSON ALMEIDA

O antigo Presidente do Brasil e líder histórico do Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva, é o político mais bem posicionado para vencer a primeira volta das eleições de 2018, e mantém-se o favorito num cenário de disputa contra um candidato do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) na segunda volta, revela uma sondagem do instituto Datafolha divulgada esta segunda-feira.

Mas se os números colocam Lula da Silva na liderança da corrida presidencial, também mostram as debilidades de uma eventual candidatura do carismático político brasileiro, cuja taxa de rejeição de 44% só é ultrapassada pela do actual Presidente, Michel Temer. O homem que se instalou no palácio do Planalto após a destituição de Dilma Rousseff é neste momento o político mais impopular do Brasil, com 63% dos eleitores a pedir a sua renúncia do cargo para que possa ser convocada uma nova votação e com 45% a garantirem que não votariam nele em nenhuma circunstância.

Segundo os números, Lula da Silva, que tem estado debaixo de fogo por uma série de investigações e processos judiciais por corrupção, conquistaria entre 24 e 25% dos votos na primeira volta, dependendo do candidato apresentado pelo PSDB – as diferentes possibilidades testadas pelo Datafolha incluíram os nomes do último candidato presidencial e senador de Minas Gerais, Aécio Neves (11%); o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (8%), e o ex-senador e actual ministro dos Negócios Estrangeiros, José Serra (9%).

Num cenário de segunda volta entre Lula da Silva e qualquer um destes três concorrentes tucanos (o animal que simboliza o PSDB), seria o ex-Presidente, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, a prevalecer: de acordo com os números da Datafolha, as intenções de voto em Lula estão consolidadas nos 38%, com os sociais-democratas a registarem 34%, um resultado que é interpretado como um empate técnico dada a margem de erro de dois pontos (para mais ou para menos) da sondagem.

Com as eleições presidenciais tão distantes, só 3% dos eleitores se manifestaram indecisos, mas o número de brancos/nulos e “nenhum dos dois” candidatos apresentados na simulação de segunda volta varia entre os 20 e os 25%.

Há, no entanto, uma concorrente que se destaca nas simulações de segunda volta, se conseguir lá chegar: a antiga ministra do Ambiente, ex-senadora e líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, que surge confortavelmente à frente tanto em caso de confronto com um candidato do PSDB (por uma margem de vinte pontos), como num cenário de disputa contra Lula da Silva.

De acordo com o Datafolha, Marina teria 47% dos votos contra os 25 a 27% dos candidatos sociais-democratas; e 43% dos votos contra os 34% de Lula da Silva.

De todos os políticos incluídos nos cenários do Datafolha, Marina – que já por duas vezes tentou chegar à presidência, sem nunca ter alcançado a segunda volta – é a única cujo nome não aparece associado a escândalos de corrupção, embora o seu nome tenha sido indirectamente mencionado por um dos delatores da omnipresente Operação Lava Jato que investiga a corrupção em torno da petrolífera estatal Petrobras. Em Junho, o ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, afirmou que representantes de Marina lhe solicitaram donativos de campanha não declarados nas eleições de 2010; uma acusação que Marina Silva desmentiu.

 

 

 

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