Duas crianças fizeram-se explodir este domingo num mercado muito frequentado de Maiduguri, no Nordeste da Nigéria, provocando pelo menos três mortos e 17 feridos, segundo o porta-voz da agência de socorro da região, NEMA.

Abdulkarim Jabo, membro das milícias civis da capital do Borno, que estava no local, assegurou que as meninas deveriam ter “sete ou oito anos”. “As raparigas desceram de um rickshaw e passaram à minha frente sem manifestar qualquer emoção”, conta. “Tentei falar com uma delas em hussa e em inglês, mas ela não respondeu. Eu achava que elas estavam à procura da mãe”. Jabo refere ainda que a rapariga “se dirigiu aos vendedores de aves e fez explodir o seu cinto de explosivos”. A segunda explosão ocorreu quando os vendedores foram prestar ajuda aos feridos.

“Retirámos 17 pessoas com diferentes graus de ferimentos”, indica Bello Dambatta, da agência local de emergência. “Retirámos também os corpos mutilados de dois kamikazes”, adiantou. Residentes afirmaram à Reuters que nove pessoas morreram.

O atentado não foi ainda reivindicado mas carrega as marcas do grupo islamista Boko Haram, que frequentemente recorre a mulheres e raparigas jovens para lançar os seus ataques contra a população. Ainda na sexta-feira, pelo menos 45 pessoas morreram e 33 ficaram feridas num duplo ataque suicida realizado por duas mulheres num mercado de Madagali (estado de Adamawa), uma localidade próxima da floresta de Sambisa, um dos bastiões do Boko Haram.