Monte dei Paschi vai fazer nova tentativa de recapitalização privada

Depois da recusa do BCE em alargar o prazo, banco italiano tenta obter os fundos necessários até ao final do ano.

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Max Rossi /Reuters

O Monte dei Paschi di Siena, o banco mais antigo do mundo e o terceiro maior de Itália, disse neste domingo que vai fazer mais uma tentativa de se recapitalizar com fundos privados até ao final do ano, tentando recolher os 5000 milhões de euros necessários.

Esta posição surge depois de na sexta-feira o Banco Central Europeu não ter aceitado o pedido feito pelo banco para que lhe fosse concedido um alargamento do prazo para se capitalizar e voltar a cumprir os rácios exigidos pelo regulador.

Depois de neste domingo o Presidente de Itália ter indigitado um novo primeiro-ministro (Paolo Gentiloni), o conselho de administração do Monte Monte dei Paschi di Siena reuniu-se e elaborou um novo plano de recapitalização, que passa por reabrir uma oferta de troca de dívida para cerca de 40 mil investidores de retalho e colocar acções no mercado. O plano, no entanto, precisa de ser aprovado pelo regulador da bolsa italiano, o Consob.

A oferta inicial, que recolheu mil milhões de euros de investidores institucionais, foi considerada demasiado arriscada pela maioria dos investidores de retalho.

Neste novo plano, diz a Reuters, o fundo soberano do Qatar juntaria mil milhões de euros, enquanto um consórcio de bancos tentará vender acções no mercado.

O Governo liderado por Matteo Renzi tentou implementar nos últimos meses um plano de recapitalização do banco que envolvia a entrada de novos investidores privados e a limpeza do balanço do banco de um volume muito elevado de crédito malparado.

No entanto, com a derrota no referendo realizado no fim-de-semana e a demissão do primeiro-ministro, os planos ficaram ameaçados, especialmente porque vários dos potenciais investidores privados ficaram reticentes em arriscar no banco sem terem a certeza de quais seriam os desenvolvimentos políticos em Itália.

Segundo a Reuters, os gestores do banco entendem que o facto de Gentiloni ter sido convidado a formar Governo pode aumentar a confiança dos investidores privados para entrarem neste aumento de capital.

O Monte dei Paschi está no centro da crise do sector financeiro italiano.

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