Marcelo diz que discutir a renegociação da dívida "não faz sentido"

Presidente da República lembra que haverá eleições em "várias economias fundadoras da UE" e o debate sobre a dívidas é "prematuro".

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Marcelo Rebelo de Sousa durante a visita à Autoeuropa Jornal Público
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A foto de grupo nos 25 anos da Autoeuropa Jornal Público
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António Costa também se sentou ao volante Jornal Público
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Presidente e primeiro-ministro na visita à fábrica de Palmela Jornal Público
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Boa-disposição dentro do carro Jornal Público

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, nesta sexta-feira, que discutir a renegociação da dívida é "completamente prematuro". O Presidente da República sublinha que "estar a especular sobre cenários europeus, num ano em que vai haver eleições em várias das economias fundadoras da União Europeia (até praticamente daqui a um ano), sobre o que será a Europa e fazer um debate sobre a matéria da dívida é completamente prematuro e não faz sentido". 

Respondendo aos jornalistas, depois de ter participado na cerimónia dos 25 anos da fábrica da Autoeuropa, em Palmela, Marcelo lembrou que o debate fará sentido "na academia", onde se pode "teoricamente tudo". Mas recordou que há compromissos assumidos e que os resultados vão na linha desses compromissos". "É uma boa notícia a aprovação do orçamento", disse, acrescentando que, hoje, "não vale a pena fazer esse debate".

O Presidente da República desvalorizou os números das exportações, que apontam para uma queda de 3,5% em Outubro e garantiu que tem "um feeling" de que vão voltar a crescer em Novembro. "Veremos se o feeling se confirma. É uma convicção que tenho de que as exportações, nomeadamente para fora da Europa, possam crescer muito em Novembro. Se for assim, ficamos todos mais felizes", disse.

Ao seu lado, António Costa concordou com Marcelo, dizendo que o Governo "acompanha sempre o feeling do Sr. Presidente da República". "Os dados globais são consistentes com a reanimação que a economia portuguesa tem vindo a ter e vai continuar a ter. Estamos confiantes sobre o futuro", disse, dando exemplo de várias empresas que têm continuado a investir, como a Autoeuropa, que vai lançar um novo modelo, a Bosch ou a Renova. 

Questionado sobre o relatório do FMI, conhecido quinta-feira, que dá conta da necessidade de mais medidas de austeridade o primeiro-ministro destacou que os dados com que a instituição trabalhou "são antigos"."Os nossos dados demonstram que vamos cumprir confortavelmente a margem dos 2,5% que está acordada com a União Europeia", disse.

"O que registei do relatório é que eles, que acompanharam algum do cepticismo que muita gente teve no início deste ano sobre a evolução da nossa economia, mostraram-se agora agradavelmente surpreendidos pelo facto de as previsões que tínhamos feito se estarem a aproximar da concretização e até terem, em alguns aspectos, um feeling ainda superior ao meu e ao do Presidente da República quanto à evolução da economia", declarou.

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