FC Porto sem problemas para um apuramento de mão-cheia

Bis de André Silva e um toque de calcanhar “à Madjer”, com assinatura de Brahimi, catapultaram o “dragão” para o clube dos 16 milionários da Europa.

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O FC Porto cumpriu o destino na Champions, apurando-se nesta quarta-feira para os “oitavos” sem o mínimo sobressalto, com uma goleada das antigas (5-0) e motivos de sobra para afastar os fantasmas mais recentes. No processo, ainda aproveitou para facturar sete milhões de euros, abatendo um Leicester transfigurado, irreconhecível até.

Uma “raposa” que abdicou conscientemente dos seus verdadeiros instintos e da possibilidade de concluir a fase de grupos com o mesmo brilhantismo com que percorreu o trilho até ao Dragão.

Por isso, o actual campeão inglês perdeu com naturalidade e sem arrependimentos uma surpreendente invencibilidade, ainda por cima por números que detonaram as melhores estatísticas da equipa britânica.

Com André Silva a recuperar o papel de “matador”, sem se compadecer das escolhas de Ranieri, o FC Porto desfazia — em tempo recorde — quaisquer hipóteses de mais uma noite de suspense ou sofrimento, aniquilando à distância a ténue esperança dinamarquesa, apesar da entrada autoritária do Copenhaga no jogo da Bélgica, com dois golos em 15 minutos.

Preparado para este tipo de ameaça, Nuno Espírito Santo assumiu o jogo sem grandes receios, postura bem patente na coabitação de Brahimi e Corona.

Percebia-se o desejo de destroçar o campeão inglês, que se apresentou na Invicta sem o “carrasco” Slimani e com dez alterações em relação ao último “onze” escalado por Claudio Ranieri.

Uma revolução em que cabiam ainda três estreias na Champions e nenhuma dúvida quanto às intenções do treinador italiano, totalmente virado para a salvação no campeonato inglês, onde ocupa lugares próximos da zona de despromoção.

O FC Porto agradeceu a amabilidade e tratou de resolver a questão o mais rapidamente possível. André Silva voltou calmamente aos golos e Corona deixou bem claro que a história do apuramento teria um capítulo completo em mexicano, apimentado com um golo fabuloso, o primeiro de Corona na prova, precisamente o que o “dragão” precisava para poder passar à fase de triturar um opositor demasiado frágil e permissivo.

Brahimi, a principal novidade no “onze” portista, demorou a engrenar. O palco onde mais gosta de brilhar parecia demasiado pesado para o argelino, que até falhou um golo aparentemente fácil, imitando Diogo Jota no desperdício tão familiar nos últimos tempos. Uma ideia que não vingou, pois o  FC Porto detinha, apesar de tudo, o controlo absoluto e ensaiava algumas combinações explosivas, com Maxi a explorar bem a profundidade que acabaria por arrancar com estrondo o “génio da lâmpada argelina”, acabando, assim, com qualquer tipo de discussão, usando um toque de calcanhar em que Brahimi vestiu a pele de Madjer.

O jogo podia acabar ali, mas faltava a segunda parte. Tempo para o Leicester reagir, num assomo de orgulho, e criar problemas a Casillas. Mas o Dragão registou o facto e voltou de imediato à carga.

Ao guião faltavam alguns apontamentos especiais, como a estreia europeia do herói improvável, o júnior Rui Pedro, testemunha privilegiada de um resultado gordo, com mais dois golos para a contabilidade portista. André Silva bisava da fatídica marca de penálti, onde falhara em momentos cruciais; Diogo Jota recuperava, igualmente, a confiança diluída no tempo que mediou desde o jogo com o Benfica.

No final, até Herrera parecia destinado a fazer as pazes com o “tribunal” do Dragão. Para ser perfeito, só faltava mesmo o FC Porto poder escolher o próximo adversário nos oitavos-de-final da Liga milionária, onde para já conseguiu recuperar o equilíbrio emocional e a capacidade de marcar golos para todos os gostos.

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