Football Leaks: Justiça espanhola acusa Ricardo Carvalho e investiga Coentrão

Os nomes de portugueses somam-se à lista de futebolistas acusados de não cumprirem as obrigações fiscais.

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Fábio Coentrão não está acusado, mas está a ser investigado AFP/FRANCISCO LEONG

O número de jogadores envolvidos em escândalos fiscais e a braços com a justiça continua a aumentar. Esta quarta-feira somam-se mais dois portugueses à lista. De acordo com o jornal El País, a justiça espanhola acusou também o antigo jogador do Real Madrid Ricardo Carvalho e está a investigar Fábio Coentrão, actual defesa do clube madrileno.

O envolvimento de Fábio Coentrão já tinha sido noticiado pelo semanário Expresso na segunda-feira. À data o jornal escrevia que o defesa recebeu cerca de 3,5 milhões de euros através da sociedade Rodinn, criada no Panamá, uma verba que acabou por declarar em 2015 depois de ser auditado pelo fisco espanhol.

O futebolista português alegou que as receitas remontavam a 2011, quando ainda tinha sede fiscal em Portugal, pelo que pagou 853.000 euros em impostos ao Estado português.

Já Ricardo Carvalho é acusado de não ter declarado dois milhões de euros de receitas de direitos de imagem em 2011 e 2012, escreve o Expresso.

A par de Ricardo Carvalho, também os antigos jogadores do Real Madrid Xabi Alonso e Ángel Di María estão indiciados por delitos fiscais. Sob a atenção do Ministério Público espanhol está Radamel Falcão, antigo avançado do Atlético de Madrid.

Cristiano Ronaldo, Pepe e José Mourinho também já foram citados entre os envolvidos. Esta terça-feira, a equipa dos dois jogadores internacionais pediu respeito em relação a Cristiano Ronaldo, na sequência das notícias que indicam que o futebolista português terá ocultado ao fisco espanhol ganhos de 150 milhões de euros.

Antes disso, a Gestifute, do agente Jorge Mendes, que representa os interesses de Cristiano Ronaldo e José Mourinho, já tinha feito saber numa declaração pública em que sublinhava que quer Ronaldo quer Mourinho estão em dia com as suas obrigações fiscais, tanto em Espanha como no Reino Unido.

A justiça espanhola concordou com a decisão do juiz Arturo Zamarriego em proibir 12 meios de comunicação de publicaram informações do Football Leaks, uma vez que os dados fiscais “obtidos de forma ilícita” podem prejudicar as investigações, justifica o ministério.

Os dados em causa foram recolhidos a partir de 1900 gigabytes de documentos a que um consórcio europeu teve acesso e sobre os quais trabalharam 60 jornalistas durante mais de sete meses.

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