Facebook, Microsoft, Twitter e YouTube juntos para identificar "conteúdo terrorista"

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Reuters/DADO RUVIC

As empresas Facebook, Microsoft, Twitter e YouTube anunciaram uma parceria global para identificar com mais rapidez "conteúdo de carácter terrorista" nas suas plataformas e reduzir a sua divulgação e propagação.

As quatro empresas norte-americanas têm planeado criar um banco de dados comum de "impressões digitais" – fotografias digitais ou vídeos de propaganda e recrutamento que são removidos das suas plataformas, a partir de uma mensagem comum retransmitida nos sites respectivos.

"Ao partilhar informações uns com os outros, podemos usar [estas "impressões digitais"] para ajudar a identificar potencial conteúdo terrorista nas respectivas plataformas", explicam em comunicado divulgado na segunda-feira, citado pela AFP.

Nenhuma mensagem será removida ou bloqueada automaticamente. No entanto, caberá a cada empresa avaliar se o conteúdo identificado viola as suas próprias regras. Também cabe a cada um decidir de forma independente que fotografias ou vídeos devem ser adicionados à base comum. Para já estas empresas querem começar por remover as imagens e vídeos "mais extremos e flagrantes" e, portanto, "com maior probabilidade de violar as regras de todos os nossos negócios."

Microsoft, Facebook, Twitter e YouTube também dizem que querem discutir como, no futuro, podem "envolver mais empresas" neste projecto, mas insistem que cada uma vai continuar a lidar de forma independente com pedidos de informação ou remoção de conteúdo de governos ou a aplicação da lei.

A iniciativa surge depois de, nos últimos meses, os Estados Unidos, a Comissão Europeia e uma série de outros governos terem apelado repetidamente para que as redes sociais intensifiquem a sua luta contra a propaganda jihadista online.

Depois destes apelos, o Twitter revela que foram suspensas, desde meados de 2015, mais de 360.000 contas que promoviam o terrorismo e observou-se uma diminuição no uso da sua plataforma por jihadistas, diz Sinead McSweeney, vice-presidente para as políticas públicas da rede social na região da Europa, Médio Oriente e África.

Numa resposta à AFP por e-mail, a responsável disse que muitas das decisões de suspender contas foram tomadas depois de estas serem detectadas por meios técnicos, como ferramentas anti-spam, mas que a partilha de impressões digitais num banco de dados comum será feita "manualmente". "Não há uma abordagem para fazer face a este tipo de material que funcione para todos, ou seja, cada plataforma é diferente", explicou.

Recorde-se que a maioria das redes sociais proíbe o uso de conteúdos violentos ou que defendam o terrorismo. Apesar de ter melhorado as suas ferramentas de detecção automática, a indústria reconhece que não tem nenhum algoritmo "mágico" para identificar este tipo de conteúdo e depende fortemente dos relatórios dos usuários.

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