Porto já tem uma sala de estar para a inovação

Autarquia inaugurou o Porto Innovation Hub, espaço de exposição, trabalho e debate sobre soluções que ajudam a transformar a cidade.

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O interior do espaço foi desenhado pelo estúdio Fahr 0213 Nelson Garrido
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A primeira exposição do PIH é dedicada à história do Parque da Cidade. Nelson Garrido
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O Porto Innovation Hub fica no edifício dos Correios, junto à câmara Nelson Garrido
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Sidónio Pardal, autor do projecto do Parque elogiou o processo que levou à sua criação Nelson Garrido
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O Porto Innovation Hub fica no edifício dos Correios, junto à câmara Nelson Garrido

Uma exposição sobre o Parque da Cidade inaugurou o Porto Innovation Hub, um espaço no edifício dos Correios, junto à Câmara do Porto, que o município transformou provisoriamente, numa sala de estar do ecossistema de inovação local. Ao longo dos próximos três meses, o PIH vai acolher exposições, debates, demonstrações e oficinas de empresas envolvidas em projectos inovadores. “Que não são apenas tecnológicos”, notaram o autarca Rui Moreira e o vereador com o pelouro, Filipe Araújo.

O interior do Porto Innovation Hub é ele próprio conformado pela criatividade do estúdio Fahr 0213, que através de uma estrutura tubular e tecidos organizou três áreas para um auditório, exposição central e exposição permanente – neste caso um vídeo-mapa produzido pela Gema Digital sobre inúmeros projectos inovadores espalhados pela cidade. Ao meio, o destaque dado, na abertura, ao parque da cidade é um elogio a uma iniciativa municipal disruptiva que, há quase um século, permitiu reservar uma grande área à beira-mar para a construção de algo diferente dos jardins que a cidade já tinha: um grande parque urbano.

O paisagista Sidónio Pardal, autor do projecto do parque, considera que ainda está por fazer a justa homenagem a Ezequiel de Campos, figura multifacetada do início do século que, entre muitas tarefas, chegou a ser ministro da Agricultura, a quem se deve, em 1932, a primeira proposta de criação, naquela mesma zona junto à Circunvalação, de um parque.  Mas, lembrou, o caminho até à decisão política, tomada em 1982, de avançar com o projecto, não foi fácil, apesar de os terrenos terem sido sempre deixados livres. “Num relatório de 1945 da Comissão de Turismo da Foz dizia-se que o parque era inexequível, mas que seria uma grande obra de civilização se o conseguissem fazer”, notou.

A verdade é que o parque se tornou um ícone, tendo sido apropriado pela cidade, como outras inovações das quais se fala neste PIH, tenham elas origem em áreas tão distintas como a engenharia, a arquitectura, a saúde, ou as artes. O autarca independente lembrou que a criação deste espaço foi uma proposta de Filipe Araújo, inscrita no manifesto da sua candidatura, há três anos. “O Filipe dizia-me que tínhamos de ir por aqui, e aqui estamos”, assinalou Moreira, que desafiou a cidade a fazer da inovação uma forma de estar.  O antigo reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos, foi convidado para coordenar o programa de actividades do Porto Innovation Hub, do qual se sabe, para já, que vai ter o mar como tema central da segunda exposição, em Janeiro.

Filipe Araújo descreveu este espaço – e os debates que ele deverá acolher – como o terceiro passo de uma estratégia que começou com a agregação das várias peças do chamado “ecossistema de inovação” – novas empresas, universidades, laboratórios, financiadores, etc – seguida da criação do programa Scale Up Porto, destinado a apoiar o crescimento dos novos projectos empresariais. Faltava um lugar onde a cidade pudesse ser posta em contacto com essa efervescência. Agora que ele existe, o que aqui acontecer, garantiu, será vertido para um documento, um livro, num trabalho de compilação a cargo do antigo professor catedrático do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, José António Salcedo.   

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