Mais de três mil multas por circular mal nas rotundas

As alterações introduzidas em 2014 continuam a não ser seguidas pelos condutores portugueses.

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Este ano já foram registadas mais de 900 infracções Rui Gaudêncio/Arquivo

A 1 de Janeiro de 2014, o Código da Estrada passou a definir como obrigatório circular na faixa mais à direita de uma rotunda apenas quando se vai sair. Desde então, mais de três mil condutores portugueses foram multados por não cumprirem esta regra. Os números são da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) citados pelo Jornal de Notícias e precisam que no total foram autuados 3195 condutores.

No primeiro ano, em 2014, 1104 condutores foram multados em rotundas. A mesma infracção originou 1127 multas no último ano. Para 2016 foram já levantados 964 autos. Números “surpreendentes” e “reveladores de que em Portugal se continua a conduzir muito mal” avalia Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP).

A culpa poderá, no entanto, não residir totalmente nos condutores, ressalva o major Paulo Gomes, da Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária da GNR, em afirmações ao mesmo jornal. “Uma das principais dificuldades que os condutores sentem tem a ver com o facto de as rotundas não terem todas a mesma configuração. Falta alguma uniformização”, nota.

A lei prevê que a circulação seja feita nas faixas interiores da rotunda e só passar para a da direita depois de passar a saída que antecede a que se pretende utilizar, à excepção dos veículos de tracção animal, que devem circular sempre à direita.

A par do número de infracções nas rotundas, a ANSR revela ainda que 1909 condutores com carta há pouco tempo, bem como profissionais, foram apanhados a conduzir com uma taxa superior a 0,2 g/l de álcool no sangue. Um número preocupante nos condutores com carta profissional, responsáveis pelo transporte de crianças e doentes, sublinha o presidente da ACP.

“Vai-se para uma escola tirar a carta e não para aprender a conduzir e a seguir treina-se na estrada o que não se aprendeu nas escolas”, critica Carlos Barbosa.

Também a circulação de bicicletas foi alvo de alterações no Código da Estrada, mas ainda assim o número de acidentes aumentou desde 2014. 

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