PSD continua "fiel" ao legado de Sá Carneiro, defende Passos

As declarações de Pedro Passos Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa e Assunção Cristas nas cerimónias evocativas de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.

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Passos falou em Viseu sobre o legado de Sá Carneiro Nuno Ferreira Santos

O presidente do PSD, Passos Coelho, considerou hoje que a ideia de Sá Carneiro do que deve ser o espaço de afirmação das liberdades públicas e o lutar pelo bem comum se mantêm "como raiz identitária" do partido.

No final de uma cerimónia evocativa da morte de Francisco Sá Carneiro realizada em Viseu, Passos Coelho disse não ter dúvidas de que, ao longo dos tempos, o PSD "foi, no essencial, fiel" ao legado deste fundador do partido.

"A frase de Sá Carneiro de que primeiro vem Portugal e só depois os partidos e cada um de nós é uma visão que foi decisiva para moldar o comportamento do PSD ao longo de todos estes anos", frisou, em declarações aos jornalistas junto à estátua do antigo primeiro-ministro (falecido a 04 de dezembro de 1980), onde depositou uma coroa de flores.

Passos Coelho referiu que, atualmente, Portugal está melhor do que em 1974, encontrando-se "integrado nos países que na altura representavam para Portugal um modelo de democracia, de bem-estar social, de liberdade".

"Hoje a própria Europa está à procura de se reencontrar num projeto de futuro, que não seja só um projeto de liberdade, de paz e de bem-estar, que possa também responder a desafios importantes que têm de ver com a sua relação com o mundo, com o Mediterrâneo, com o Médio Oriente, com a globalização, com as transformações sociais e económicas que se vivem", afirmou.

O líder do PSD considerou que Sá Carneiro "moldou muito aquilo que é a maneira de estar" do partido, que se implantou "muito de acordo com aquilo que as pessoas, de um modo geral", pensavam dele.

"Foram anos breves, mas particularmente intensos de afirmação da democracia, do projeto democrático em Portugal, para o qual ele contribuiu de uma forma decisiva e também para uma visão do PSD, que permaneceu ao longo de todos estes anos, que não soma as visões mais egoístas seja do eleitorado, seja das corporações, seja das classes sociais", acrescentou.

Segundo o antigo primeiro-ministro, "o PSD assumiu-se como um partido interclassista, que, de acordo com esta visão original de Sá Carneiro, olha para a sociedade portuguesa e para o país e procura sempre avaliar o que é o interesse comum, o bem comum, e trabalhar para ele".

"Temos que ter a capacidade de olhar para aqueles que estão à nossa volta e de ver além dos nossos interesses mais imediatos. E esse foi o grande legado do Dr. Sá Carneiro, na fundação do nosso partido, mas daquilo que é também uma maneira de estar na política e de ver a sociedade", sublinhou.

Portugueses de excepção

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou hoje Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, como “dois portugueses de excepção”, que “lutaram pelo seu País, com sacrifício da própria vida”. Marcelo Rebelo de Sousa apresentou as “mais sentidas condolências” às suas famílias, numa mensagem publicada na página da Presidência da República.

“No trigésimo sexto aniversário da tragédia ocorrida em Camarate, em que faleceram o primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, bem como as suas mulheres, Snu Abecassis e Maria Manuel Simões Vaz da Silva Pires, além do Dr. António Patrício Gouveia e dos dois pilotos da aeronave, apresento às famílias enlutadas as minhas mais sentidas condolências”, afirma na mensagem.

Marcelo Rebelo de Sousa diz que o faz “na convicção de que a verdade não prescreve e de que a passagem do tempo não apaga a memória luminosa dos que perderam a vida em 4 dezembro de 1980”.

“Em nome de Portugal, evoco, neste dia, Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, dois portugueses de excepção, cidadãos e homens públicos que lutaram pelo seu País, com sacrifício da própria vida”, sublinha.

Na mensagem, o Presidente da República diz ainda que Portugal nunca esquecerá o seu exemplo, “um exemplo de dedicação a Portugal e aos valores da liberdade, da democracia e da justiça social”.

 

Grandes inspirações

Para a líder do CDS-PP, Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa são "grandes inspirações" que importa continuar a lembrar.

"São grandes inspirações, quer para o CDS, quer para o PSD, e continuamos a tê-los presentes na nossa memória", disse Assunção Cristas aos jornalistas, no final da cerimónia que aconteceu na Basílica da Estrela.

Amaro da Costa, fundador do CDS, e Sá Carneiro, do PSD, "deram a vida, literalmente, pelo seu país", sublinhou a presidente do CDS, que tinha seis anos quando se deu a queda do avião em Camarate. "Tinha seis anos quando aconteceu mas lembro-me, é uma das primeiras memórias da nossa atualidade política", declarou. E concretizou: "Para nós é importante continuar a recordar, agradecer e rezar por eles".

Na cerimónia em Lisboa estiveram outras figuras do CDS, como Nuno Magalhães ou Telmo Correia, e também dirigentes do PSD, casos de Maria Luís Albuquerque, Teresa Leal Coelho ou Teresa Morais.

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