TAP investigada em Espanha por aterragem com combustível abaixo do mínimo

Fonte oficial da TAP garante que a aeronave aterrou com combustível para 29 minutos de viagem.

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O episódio ocorreu a 10 de Outubro AFP/PATRICIA DE MELO MOREIRA

 A TAP está a ser investigada em Espanha por ter pedido prioridade na aterragem em Santiago de Compostela por emergência de combustível, num voo Funchal-Porto, mas a companhia garante que nunca esteve em causa a segurança da operação.

De acordo com a Comisión de Investigación de Accidentes e Incidentes de Aviación Civil (Comissão de Investigação de Acidentes e Incidentes de Aviação Civil), "uma vez em contacto com aproximação a Santiago [de Compostela], a tripulação declarou 'mayday' por emergência de combustível, uma vez que a estimativa de gestão de combustível indicava que iam aterrar com uma quantidade abaixo dos 989 quilogramas estabelecidos no plano de voo operacional como reserva final".

Fonte oficial da TAP garantiu à Lusa que, naquele voo em 10 de Outubro, "foram cumpridos todos os protocolos" e que "em momento nenhum esteve em causa a segurança da operação".

"A actuação dos pilotos da TAP foi exemplar e em momento nenhum esteve em causa a segurança da operação", esclareceu a companhia liderada por Fernando Pinto, realçando que "o voo trazia mais combustível do que aquele minimamente requerido de acordo com a regulamentação internacional em vigor".

Fonte oficial da TAP explica que "a declaração de emergência de combustível foi [feita] por imposição legal", já que "é obrigatório sempre que qualquer voo preveja aterrar com combustível abaixo de 30 minutos de voo" e que a aeronave aterrou com combustível para voar mais 29 minutos.

A aeronave Airbus A-319, com matrícula CS-TTD, aterrou "sem contratempo" na pista 35 do aeroporto de Santiago, "com 962 quilogramas de combustível", adianta o organismo espanhol que está a investigar a ocorrência.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do organismo espanhol disse que a investigação se iniciou no dia da ocorrência, em 10 de Outubro, recusando dar mais informação até à publicação do relatório final.

Segundo o relatório preliminar deste organismo, "a tripulação considerou o aeroporto de Vigo como a primeira alternativa [ao aeroporto do Porto] e ajustou a gestão de combustível em função deste planeamento, vigiando a situação meteorológica deste aeroporto", depois de frustrada a tentativa de aterragem no Porto devido às más condições de visibilidade.

A tripulação do voo da TAP foi então informada de que o aeroporto de Vigo estava completo, sem capacidade de estacionamento, pelo que deveriam seguir para Santiago de Compostela.

A TAP esclarece que a aeronave saiu do aeroporto do Funchal com mais 1135 quilogramas, suficientes para mais de 30 minutos de espera para além dos 30 minutos regulamentares a baixa altitude, em que o consumo é mais penalizante. "Além deste, tinha ainda o combustível previsto para voar para o aeroporto alternativo, um adicional para situações de contingência e combustível para se deslocar no solo entre o estacionamento e as pistas", acrescenta.

A aterragem do voo, que transportava 75 passageiros e seis tripulantes, ocorreu "sem contratempo", de acordo com o organismo.

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