Paulo Macedo é o nome de Costa e tem apoios à esquerda e direita

O ex-ministro da Saúde resistiu, mas cedeu à pressão do Governo e está a tentar formar equipa para a CGD. José João Guilherme, que já esteve com Macedo no BCP, é um dos sondados.

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O ex-ministro das Finanças resistiu, mas cedeu à pressão do Governo evr Enric Vives-Rubio

Paulo Macedo é mesmo o nome que António Costa prefere para a CGD, apesar da resistência do ex-ministro da Saúde. A notícia, avançada inicialmente pelo "Jornal de Negócios", foi já confirmada ao PÚBLICO. Uma fonte do Governo confirmou também que Macedo é "o nome que está a ser considerado". 

Entre os contactos informais com Frankfurt para garantir que o nome será validado, e as sucessivas tentativas de convencer o ex-ministro da Saúde, Macedo está também a fazer contactos para perceber que equipa consegue formar no banco público. Um desses nomes é José João Guilherme, que Macedo conhece bem e fez parte da equipa de Eduardo Stock da Cunha no Novo Banco. Antes disso tinha sido administrador de empresas não financeiras e administrador do BCP, na mesma equipa onde Paulo Macedo também foi administrador sob a liderança de Carlos Santos Ferreira.

Também Rui Vilar tem mantido contactos com o Governo e com Macedo. O actual administrador não executivo está a ser apontado para o lugar de Chairman - que voltará assim com a nova equipa, depois de ter ficado vago com António Domingues.

Contactos começaram há 2 semanas

Segundo uma fonte política, ouvida pelo PÚBLICO, há pelo menos duas semanas que António Costa começou a sondar Paulo Macedo, tentando preparar uma alternativa para o caso de António Domingues sair. Nos dias anteriores à demissão, Domingues tinha prometido a Costa que apresentaria a sua delcração de património no TC, levando o primeiro-ministro a acreditar que a polémica seria encerrada. Mas o atraso foi tão significativo que Costa chegou a dizer à Visão, numa segunda-feira, que tudo estaria sanado três dias depois - e ficou pendurado sem que Domingues tivesse feito o prometido. Dois dias depois, a carta de demissão estava em São Bento.

Mais difícil seria convencer Macedo. Porque o actual administrador da Ocidental Vida estava "prometido" para vice-governador do Banco de Portugal e esse era o lugar que preferia. Acabou por reavaliar a sua posição, sobretudo depois de ter recebido muitos contactos, incentivando-o a aceitar. 

A verdade é que Paulo Macedo é um nome bem recebido da esquerda à direita. No Bloco anota-se a experiência na banca (foi vice-presidente do BCP) e a via verde que isso dá em Frankfurt, mas também o facto de estar habituado a entregar a declaração de património. À direita não haverá nada a opor, tendo em conta o lugar que ocupou no Governo de Passos. Até Jerónimo de Sousa, questionado pelo PÚBLICO sobre o seu nome, preferiu não fazer "julgamentos" nem colocar condições.

Se nada falhar, em Lisboa ou em Frankfurt, o Governo deverá enviar já esta sexta-feira para o Banco Central Europeu os nomes da nova administração do banco público. 

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