Lituânia lança campanha televisiva a alertar para espiões

Spots publicitários sugerem aos lituanos que estejam atentos a desconhecidos demasiados simpáticos.

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Darius Jauniskis, director do Departamento de Segurança do Estado lituano Reuters/STAFF

O aviso começou a chegar aos lituanos através de anúncios na televisão com uma mensagem inusitada: sejam cautelosos quando forem interpelados por pessoas desconhecidas demasiado prestáveis; se o caso for para desconfiar, denunciem aos serviços de segurança, para que as autoridades investiguem se podem estar a ser usados para espionagem por agentes estrangeiros. A história é contada pela Reuters.

Os anúncios publicitários foram lançados pelo Departamento de Segurança do Estado da Lituânia e baseiam-se em histórias reais. Há o caso de uma mãe abordada por um homem que ganhou a sua confiança e que acabaria por instalar um sistema para captar informações no seu local de trabalho.

Outra situação, descrita pela Reuters, passou-se com um estudante que começou a desconfiar de um simpático desconhecido que lhe oferecia cerveja, questionando-se se a generosidade era apenas motivada pelos seus planos na carreira diplomática.

Por detrás da acção publicitária do Departamento de Segurança estão suspeitas de acções de espionagem russa, num momento de particular tensão com Moscovo, que Vilnius olha como uma ameaça aos Estados Bálticos perante as demonstrações de força da Rússia no Mar Báltico junto às fronteiras da NATO, entre a Polónia e a Lituânia.

Este ano, foi detido na Lituânia um agente secreto russo que, segundo a Procuradoria-Geral de Vilnius, tentou infiltrar-se nas instituições governamentais e serviços de informação da Lituânia, o primeiro país a declarar a independência face à URSS.

À Reuters, o responsável máximo do Departamento de Segurança do Estado lituano, Darius Jauniskis, explicou que se trata de uma campanha de prevenção. “As pessoas nem imaginam que as informações [que dão a desconhecidos] estão a ser usadas, até que se torna tarde de mais”, afirma.

Será sempre difícil identificar um espião profissional, aponta Darius Jauniskis, sublinhando que a pessoa procura passar despercebida: “Não terá um bom carro ou boas roupas. Vai parecer-se simplesmente com qualquer um de nós”.

Sobre este caso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e as secretas russas (FSB) não responderam à Reuters.

A campanha da Lituânia segue-se à publicação de um livro por parte do Ministério da Defesa da Lituânia com instruções à população onde se teoriza como reagir a uma invasão russa.

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