Eduardo Mendoza é o Prémio Cervantes 2016

Autor catalão de A Cidade dos Prodígios ou A Verdade Sobre o Caso Savolta recebeu o mais importante galardão das letras espanholas.

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Mendoza, em 2015 em Barcelona Pau BARRENA/AFP

O romancista espanhol Eduardo Mendoza é o Prémio Cervantes de 2016, atribuído esta quarta-feira pelo Ministério da Cultura de Espanha. Mendoza é autor de mais de duas dezenas de obras, que não se esgotam apenas no romance, mas se estendem também à dramaturgia, ao conto e ao ensaio. Autor de A Cidade dos Prodígios, sobre a evolução de Barcelona, o seu mais recente livro pertence a uma série de sucesso comercial sobre um detective que se vê retido num manicómio – O caso da modelo perdida.

O mais importante galardão da literatura espanhola, criado em 1975, tem um prémio pecuniário no valor de 125 mil euros e foi atribuído em 2015 ao mexicano Fernando del Paso. O júri de 2016 integrou exactamente Del Paso, mas também Juan Goytisolo (espanhol premiado em 2014) e representantes da Academia Salvadoreña de la Lengua Española, da Conferencia de Rectores de las Universidades Españolas, da Unión de Universidades de América Latina, da Asociación Internacional de Hispanistas e das associações de jornalistas de Espanha e da América Latina além de, claro, do Instituto Cervantes e do próprio ministro da Cultura, Íñigo Méndez de Vigo, lista o El País.  

Eduardo Mendoza nasceu em Barcelona em 1943. É licenciado em Direito e o seu primeiro livro foi A Verdade Sobre o Caso Savolta (1975), escrito porém em Nova Iorque, onde trabalhava como tradutor na ONU. Uma curiosidade sobre o romance, muito elogiado pela crítica, é que o seu título original era Os Soldados da Catalunha, mas que teve de ser alterado por ordem da censura. Era à época, escreve esta quarta-feira o jornalista Luis Alemany no El Mundo, "uma espécie de namorado perfeito para a Espanha da transição" – "um filho do regime, como tantos outros, que tinha matado o pai sociológico, mas de forma amável". E "era um outsider da literatura, um homem de modos requintados e bom humor, que apelava aos velhos valores da novela". 

Mendoza publicou depois romances como O Ano do Dilúvio, O Mistério da Cripta Assombrada, O Labirinto das Azeitonas, Sem Notícias de Gurb, A Assombrosa Viagem de Pompónio Flato ou A Ilha Inaudita, (todos editados em português e em várias editoras, como a D. Quixote, a Casa das Letras ou a Editorial Notícias). Será a Sextante Editora que vai publicar O caso da modelo perdida, o mais recente livro do novo Prémio Cervantes, em Portugal já em Fevereiro de 2017 - a chancela edita Mendoza em Portugal desde 2010. O catalão recebeu em 2010 o Prémio Planeta por Rixa de Gatos, então inédito. Criado pelo grupo editorial em 1952, o prémio distingue romances por editar em espanhol e tem o valor de 601 mil euros (o segundo mais elevado do mundo, a seguir ao Nobel – um milhão de euros).

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