Mais um empate a empatar o FC Porto

"Dragões" voltaram a não conseguir marcar, desta vez no Restelo, e perderam o segundo lugar para o Sporting.

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Patrícia de Melo Moreira/AFP

Nuno Espírito Santo pode estar super-satisfeito com a forma como a equipa defende. Afinal, apenas sofreu um golo nos últimos cinco jogos. O outro lado da moeda é que, nesses mesmo cinco jogos, o FC Porto só marcou dois golos e só teve uma vitória. Neste sábado, os “dragões” não escaparam ao seu destino recente e saíram do Restelo com um empate (0-0) frente ao Belenenses, em jogo da 11.º jornada da Liga. É o terceiro empate consecutivo para a equipa portista, que já viu o Sporting isolar-se no segundo lugar e pode ficar mais longe do líder Benfica, que recebe no domingo o Moreirense.

Apesar da sucessão de empates que conduziam a esta visita ao Restelo, Nuno Espírito Santo lá deveria estar satisfeito com alguma coisa porque apostou exactamente no mesmo “onze” de Copenhaga, do Bonfim e do confronto com o Benfica no Dragão — no conjunto destes três jogos, a equipa portista teve três empates e apenas um golo marcado. André Silva e Diogo Jota numa frente de ataque servida por Corona, Otávio e Óliver. O Belenenses, claro, era menos ousado. Camará estava sozinho na frente, com o apoio de Gerso e Sturgeon, com André Sousa em dupla missão.

O frio era grande e a chuva nunca parou de cair no Restelo e o FC Porto nunca se habitou a estas condições. Havia demasiada pressa em querer chegar à baliza do Belenenses, mas eram demasiados passes errados, demasiadas falhas de posicionamento. Isto não era só por causa do vento ou por causa da chuva, parecia mais uma grande falta de entrosamento, algo que, com um “onze” estabilizado, já não deveria existir.

Pelo contrário, era a equipa da casa, com o segundo treinador da época, quem parecia bem segura do que estava a fazer. Para isso contava com a condução de André Sousa, um verdadeiro “box to box” que tanto fazia número no meio-campo como avançava para criar perigo. Logo aos 13’, veio dele uma grande situação de golo, com um tremendo remate que foi devolvido pelo poste da baliza de Iker Casillas. Os portistas responderam aos 22’ num bom contra-ataque, mas Óliver Torres decidiu mal e permitiu o corte de Domingos Duarte.

Em grandes oportunidades de golo, tal como no marcador, havia empate. Na segunda parte, os portistas pareciam mais afoitos, insistindo pelo flanco direito (Maxi Pereira fazia o que podia), e foi desse lado que o FC Porto voltou a criar algum perigo. Após canto, Felipe eleva-se nas alturas, cabeceia, mas Florent faz o corte em cima da linha de golo.

Para tentar resolver a falta de golos e fazer número lá na frente, Nuno usou as poucas opções ofensivas que tinha no banco, Depoitre e Varela, mas o máximo que viu foi o belga a cair sozinho na área quando tinha a baliza de Joel Pereira à sua mercê. E viu também Camará aproximar-se com perigo da baliza por duas vezes, uma delas defendida com dificuldade por Casillas.

Mais um empate a empatar o FC Porto e Nuno, que já mostrou gostar de fazer desenhos para explicar coisas, tem de desenhar alguma coisa que ensine a sua equipa a marcar.

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