Escolha para chefiar diplomacia dos EUA divide republicanos

Trump deu sinais de que Romney ou Giuliani podem ocupar o importante cargo, mas ainda não existe uma decisão.

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Giuliani (à esquerda) e Romney (à direita) são os dois nomes mais falados para secretário de Estado Agências

O Partido Republicano encontra-se dividido na escolha para secretário de Estado, com Mitt Romney e Rudolph W. Giuliani a surgirem como as hipóteses mais prováveis para assumirem o cargo.

Neste momento, as facções rivais dentro do partido tentam mover influências junto do Presidente eleito Donald Trump, no sentido de este escolher um ou outro. Segundo o New York Times, junto do círculo mais próximo de Trump a incerteza mantém-se acerca da nomeação do próximo chefe da diplomacia americana, com a maior parte dos que apoiam com fervor o Presidente eleito a rejeitarem Mitt Romney, conotado com a ala mais moderada dos republicanos.

Terceira pessoa mais importante do governo, segundo o protocolo, o posto estratégico de secretário de Estado desperta uma intensa disputa política. O departamento de Estado conta com 70 mil funcionários que administram uma das redes diplomáticas e consulares mais influentes do mundo. É por isso com expectativa que se aguarda pelo nome que irá suceder ao democrata John Terry.

Entre os republicanos existe quem defenda sem reservas o ex-presidente da câmara de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, que apoiou Trump desde o primeiro momento e manifestou o desejo de dirigir a diplomacia americana, apesar de não ter grande experiência em política externa.

E existe quem defenda que Mitt Romney, o candidato derrotado por Barack Obama em 2012, reúne melhores condições, apesar de se ter oposto frontalmente a Trump durante as eleições. Para esta corrente de opinião, a designação de Romney, 69 anos, permitiria a Trump transmitir segurança a moderados e a aliados que se preocupam com a hipótese de a sua política externa poder representar um salto para o desconhecido.

Por sua vez, segundo o New York Times, Giuliani, 72 anos, considera que o cargo lhe pertence de forma quase natural, parecendo mais próximo das posições públicas assumidas por Trump. O Presidente eleito e Romney discordam, por exemplo, na postura a ser adoptada em relação à Rússia, talvez o maior desafio dos próximos anos das relações internacionais. Enquanto Trump parece desejar uma aproximação a Putin, Romney afirmou que Moscovo é o primeiro inimigo geopolítico de Washington. Não surpreende que entre os apoiantes incondicionais de Trump exista algum desconforto com a possibilidade de Romney vir a dirigir a diplomacia americana.

O ex-governador do Arkansas, Mike Huckabee, considerou mesmo que a sua escolha seria um “insulto para os eleitores de Trump”, acusando-o de falta de lealdade. No entanto, segundo o New York Times, Trump já terá dito junto do seu círculo de confiança que Romney poderia dar um bom secretário de Estado. E também transmitiu sinais no sentido de Giuliani poder vir a ocupar o mesmo cargo em conversações recentes. Parece tudo em aberto. 

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