Novo curso dos Comandos ainda sem data marcada

Inquérito do Exército poderá estar concluído até final do ano.

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Rui Gaudencio / Publico

O 128.º curso de comandos, inicialmente previsto para ter início em Janeiro, será adiado até à conclusão e ponderação dos resultados do inquérito especial do Exército, que decorre ao mesmo tempo que prossegue a investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e procuradores do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, e que já levou à detenção de sete militares.

A decisão de suspender as datas dos cursos não é nova e foi tomada pelo Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), General Frederico José Rovisco Duarte, em 8 de Setembro depois da morte do instruendo Hugo Abreu, em 4 de Setembro, e do internamento de outros militares de que resultaria ainda o óbito de Dylan da Silva, em consequência do treino que decorreu sob forte canícula no campo de tiro de Alcochete.

Só na posse das conclusões e ponderação dos resultados do inquérito – inspecção técnica extraordinária – terá lugar a revisão dos referenciais do curso e serão ou não reformuladas as práticas de treino. Estes elementos serão revertidos para as fichas, uma espécie de guião denominado nos meios castrenses como ficha de aula, determinando alterações nos procedimentos. A decisão de alterar os procedimentos cabe ao CEME.

Só após tudo ponderado, a instrução de tropas comandos voltará a realizar-se, com o início do 128º curso, ainda sem data marcada. Do mesmo modo, todos os intervenientes, do Exército ao Ministério de Azeredo Lopes, asseguram pretender uma total transparência no processo, o que leva a admitir que as rectificações que venham a ser feitas nas práticas de instrução dos comandos sejam tornadas públicas.

 

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