Rede de publicidade online bloqueia site de extrema-direita Breitbart

Steve Bannon, nomeado por Donald Trump para o cargo de conselheiro-chefe, dirigiu o site associado a movimentos extremistas.

Foto
Steve Bannon dirigia o site de extrema-direita Breibart DREW ANGERER/AFP

A AppNexus, um dos principais serviços de distribuição de publicidade online, anunciou na terça-feira a entrada do Breitbart News na sua lista negra. Desta forma, a plataforma deixa de servir publicidade naquele site ligado à extrema-direita norte-americana, o que resulta numa quebra de receitas para o órgão de propaganda do chamado movimento alt-right, que junta neo-nazis, anti-semitas e segregacionistas. A AppNexus não é, no entanto, o único serviço de publicidade a que o site recorre.

O bloqueio do Breitbart é justificado com violações do código de conduta da AppNexus – concretamente, pela presença de discurso de apologia ao ódio. A empresa diz que a decisão segue-se a uma auditoria do conteúdo da página e que as conclusões não têm qualquer relação com o actual momento político.

Recorde-se que o Breitbart foi dirigido por Steve Bannon, nomeado pelo Presidente eleito Donald Trump para o cargo de conselheiro-chefe da Casa Branca. O site, que se apresenta como um jornal online, tem sido repetidamente denunciado por artigos racistas, misóginos, homofóbicos ou xenófobos. “Preferia que a sua filha tivesse feminismo ou cancro?”, “Os jovens muçulmanos no Ocidente são uma bomba-relógio” ou “A solução para o ‘assédio’ online: As mulheres devem fazer ‘log off’” são alguns dos títulos discriminatórios da publicação.                

Na terça-feira, e durante uma visita à redacção do New York Times (NYT), Donald Trump defendeu Bannon, negando que este seja racista, e disse que o Breitbart é apenas “um jornal muito mais conservador, para utilizar termos brandos, do que o NYT”. Nesse encontro, o Presidente eleito também recusou o apoio da extrema-direita.

Em reacção ao bloqueio da AppNexus, o actual CEO do Breitbart negou que o site promova o ódio. “Sempre condenámos e continuaremos a condenar o racismo e qualquer forma de discriminação”, lê-se num e-mail citado pela Reuters. 

Sugerir correcção
Comentar