FC Porto sem pontaria adia apuramento para o Dragão

Nulo em Copenhaga só confirmou os problemas de eficácia dos portistas, que podiam ter fechado as contas perante um adversário que só incomodou na primeira parte.

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Jonathan Nackstrand/AFP

O FC Porto não foi capaz de fechar as contas do apuramento em Copenhaga, ficando-se por um nulo que acabou por saber a pouco e adiando a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões para o Dragão, onde depende apenas do que for capaz de fazer perante o Leicester, numa jornada que promete ser de nervos, precisamente o que a formação portuense queria evitar.

O frio e um relvado traiçoeiro não foram suficientes para provocar o despiste da equipa de Nuno Espírito Santo, que continua perdida nos caminhos do golo. Apesar de ter justificado um desfecho diferente, ao FC Porto faltou maior discernimento para superar um adversário incómodo, que disfarça as fragilidades com vontade e um futebol directo que se extinguiu com o apito para o intervalo.

Mas mais do que uma demonstração de força, com maior ou menor contundência, o FC Porto precisava de uma exibição minimamente convincente e personalizada, nem que fosse para destruir a ideia de invencibilidade transmitida pelo registo da equipa dinamarquesa, com uma série de mais de 30 jogos sem conhecer o sabor da derrota no Parken de Copenhaga.

Nuno Espírito Santo prometera uma alegria e a equipa até correspondeu nos instantes iniciais, em que Diogo Jota desperdiçou uma boa oportunidade para colocar o “dragão” na frente do marcador. A opção por Corona ia dando para disfarçar a falta de aderência num relvado que levou os portistas a patinarem pouco a pouco, afrouxando a pressão e permitindo que um Copenhaga aparentemente inofensivo aparecesse nos corredores em busca do jogo que lhe tem rendido alguns louros.

Stale Solbakken mostrava que não era exactamente o empate que procurava neste duelo e descobria na ala esquerda o espaço ideal para perturbar um FC Porto mal refeito da eliminação da Taça de Portugal. Maxi Pereira já tinha dado indicações de que o flanco não era estanque e, depois de ter dobrado os centrais portistas e impedido que o remate de Verbic chegasse com perigo à baliza de Casillas, começou a experimentar algumas dificuldades, acabando por ficar ligado a um dos lances mais perigosos dos dinamarqueses, ao permitir que Toutouth desenhasse um projecto de golo para a cabeça de Johansson.

Por essa altura, o Copenhaga já detinha o controlo do jogo, obrigando mesmo Casillas a aplicar-se para travar um remate de Arkensen, a que André Silva respondeu com uma tentativa de remate em que, mais uma vez, foi traído por uma escorregadela.

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O intervalo servia para colocar antiderrapante e o FC Porto passava a exercer um domínio mais acentuado, por vezes sufocante, invertendo a tendência da primeira parte. Os jogadores do Copenhaga davam-se mal com a pressão e sobreviviam essencialmente à custa da tão propalada ineficácia portista, o pior inimigo do “dragão”, que foi acumulando falhanços na cara do guarda-redes sueco, um gigante nas horas de maior aperto.

O FC Porto assumia em definitivo o controlo do jogo, recuperando confiança à medida que Maxi Pereira voltava ao seu nível, dinamizando o ataque e combinando na perfeição com Corona. Mas, apesar de todas as tentativas de afastar o fantasma da ineficácia, o problema de base persistia e o FC Porto não mostrava capacidade para bater os dinamarqueses, adiando a decisão do apuramento para o último jogo e lamentando não ter resolvido já o que pode resultar numa dor de cabeça caso a pontaria continue a atrasar o crescimento do “dragão”.

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