A Andaluzia anda feliz com o nosso “ouro verde”

Muita água, que escasseia na Andaluzia, muita terra boa e barata disponível e apoios estatais e da União Europeia trouxeram centenas de agricultores espanhóis, muitos andaluzes, para o Alentejo. Compraram milhares de hectares para olival e estão contentes. Muitos continuam de olho em Portugal.

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RUI GAUDêNCIO

José Luis Robles, 41 anos, vai todos os dias ao seu olival desde que a campanha da apanha da azeitona começou no início de Outubro. Avalia a qualidade do fruto, a forma como a rega é feita, dirige a recolha ali ainda feita à mão e o transporte para a cooperativa onde é transformada em azeite ou segue para embalar como azeitona de mesa. É ele que gere o negócio nas mãos da família há várias gerações. Também produz amêndoas, mas azeite é o seu “grande amor”.

O olival fica na região de Estepa, cerca de 120 quilómetros a sudoeste de Sevilha. É uma propriedade pequena, quando comparada com os grandes olivais da Andaluzia. São 140 hectares, onde crescem 28 mil oliveiras, que vão dar cerca de 1,5 milhões de quilos de azeitona no final da campanha — 75% da produção será de azeitona de mesa e 25% vai para azeite. Cerca de 95% do produto será para exportação para diversos países.

Nos últimos oito anos, José Luis Robles fez “várias visitas de trabalho ao Alentejo” à procura de terras para que pudesse “expandir” o negócio. “Na Andaluzia já não há muita terra disponível, especialmente se se procuram muitos hectares. Por isso, Portugal, e em especial a região do Alentejo, onde havia muita terra disponível e de qualidade, foi vista por muitos como uma nova oportunidade de expansão do negócio. Para mim, o Alentejo é uma espécie de nova Califórnia [risos].”

Espanha é o maior produtor mundial de azeite, estimando-se que após a campanha da apanha de azeitona que começou no início de Outubro a produção espanhola em 2016/2017 possa chegar a 50% de todo o azeite que é colocado no mercado mundial. Uma subida de cerca de 9% em relação à campanha de 2015/2016.

Segundo o Conselho Olivícola Internacional, a região da Andaluzia, que faz fronteira com o Algarve e Alentejo, deverá ser responsável por perto de 70% do azeite que é produzido no país. Dos cerca de 2,5 milhões de hectares de olival existente em Espanha, mais de 1,5 milhões estão nesta região. Na Andaluzia as azeitonas são também chamadas de ouro verde.

Com a construção do Alqueva, as terras alentejanas tinham por perto algo que há muitos anos escasseia na Andaluzia: água, muita água. Havia também fartura de terra de qualidade disponível, que na Andaluzia já está quase toda ocupada com os mais diversos cultivos. Terra boa e barata, com o hectare a custar no Alentejo cerca de um quinto do que custava naquela região espanhola.

Na Andaluzia, a água para o regadio, além de cara, é absolutamente controlada pelo governo regional, que estabelece a quantidade de metros cúbicos que cada produtor pode usar, tendo em conta factores como a dimensão das propriedades e o tipo de cultura produzida. O executivo da região autónoma espanhola estabelece ainda preços diferenciados para os períodos do dia em que a água é usada, sendo o período nocturno mais barato, o que leva a maior parte dos agricultores a fazer o regadio à noite.

“Foi a água que levou muitos a expandirem-se para Portugal. Durante as minhas visitas [a Portugal], várias pessoas, algumas do Ministério da Agricultura, garantiram-me que no Alentejo se podem passar cinco anos sem cair uma gota de água do céu; e que a água, toda a água que precisasse, não faltaria. Para um agricultor andaluz, ouvir isso é maravilhoso.”

Produção dispara no Alentejo

Quando os agricultores espanhóis começaram a passar a fronteira em direcção ao Alentejo compraram milhares de hectares, prepararam os solos para produções mais intensas, instalaram novos sistemas de rega e maquinaria. Com investimentos de milhões de euros, construíram mesmo um sofisticado lagar (Herdade do Carapetal, em Santiago do Cacém), com capacidade de armazenamento de quase 2,3 milhões de quilos de azeite.

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Do olival de José Luis Robles, na região de Estepa, perto de Sevilha, vão sair 1,5 milhões de quilos de azeitona no final da campanha Cornelia Smet/União Europeia

Os resultados começaram a aparecer. A produção de azeite na campanha portuguesa de 2015/2016 atingiu as 109.052 toneladas. Um aumento de 75%, comparando com a campanha 2014/2015 e a terceira maior dos últimos cem anos. Para encontrar valores semelhantes, é preciso recuar a 1953 e 1961, anos de elevada produção. A principal região produtora de azeite foi o Alentejo, com 73% do total nacional, quase 80 mil toneladas. Em 2007, os dados do Alentejo eram de 11 mil toneladas. A Espanha foi o principal cliente, para onde Portugal exportou 49% do total (63.970 toneladas).

Em termos globais, a área destinada a olival no país não cresceu muito em 2015/2016, excepção feita à região alentejana, que já tem 177 mil hectares ocupados com oliveiras, mais 25% em comparação com 2007/2008.

José Luis Robles estima que existam cerca de 100 produtores espanhóis com terras no Alentejo, “embora só cinco sejam grandes proprietários” de olival.

O agricultor diz que, “nos primeiros anos”, os espanhóis que decidiram investir em Portugal “não tiveram uma vida fácil”. “Foram obrigados a fazer grandes investimentos em equipamento, preparação de solo e em novas oliveiras. Tiveram de começar tudo do princípio, pois era tudo muito [pausa]… antiquado. Depois veio a crise, que também não ajudou em nada, mas hoje sei que as coisas estão a correr muito muito bem. Têm bons e produtivos olivais e a qualidade da azeitona e do azeite é muito boa. Está a ser um bom negócio e a crescer.”

O pesado investimento que terão sido obrigados a fazer foi de alguma forma atenuado pelo preço da terra. Há cerca de dez anos, quando terá começado em força a “expansão” espanhola, o preço de um hectare na Andaluzia “custava no mínimo 20 mil euros, quando no Alentejo era adquirido por cinco mil”, revela Robles. “Hoje já não é bem assim. Na Andaluzia, custa cerca de 25 mil a 30 mil euros ou mais e no Alentejo já anda entre os 10 e os 20 mil euros por hectare. Sei que já houve quem recentemente tenha pedido 20 mil euros por hectare.”

O ministro e os espanhóis a ensinar os portugueses

Em 2007, dos 22 mil hectares de novo olival no Alentejo, cerca de 11 mil já pertenciam a investidores espanhóis. Os números foram divulgados pelo ministro da Agricultura da altura, Jaime Silva. O governante fazia esta revelação precisamente durante uma visita à Herdade do Sobrado, um investimento do grupo espanhol Bogaris, que adquiriu 1440 hectares em Ferreira do Alentejo (Beja), 1234 dos quais ocupados com 353 mil oliveiras.

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José Luis Robles diz que "o Alentejo é uma espécie de nova Califórnia" Cornelia Smet/União Europeia

Um investimento que entusiasmou de tal forma Jaime Silva que até teve uma frase pouco simpática para os agricultores portugueses. Salientando a “aposta no regadio” que estava a ser feita no Alentejo e a existência de “terrenos óptimos, que produzem tudo desde que tenham água”, afirmou que os espanhóis “perceberam” tudo isto e “vieram a correr” para comprar as terras e começar a produzir azeite, “antes que os portugueses descobrissem que o olival dá um lucro potencial fabuloso”.

O apoio dos governos portugueses aos agricultores é outro dos aspectos que José Luis Robles aponta para os investimentos de agricultores em Portugal. E não se refere especialmente aos juros mais baixos no crédito bancário ou ao acesso a fundos comunitários, mas ao facto de os governantes lusos “ouvirem os agricultores”.

“Em Portugal, ao contrário do que acontece em Espanha e especialmente na Andaluzia, os agricultores são tidos em conta antes de as decisões serem tomadas. Por outro lado, a gestão da água é muito mais correcta. Na Andaluzia, não há água, mas o Governo permite a instalação de culturas como algodão ou cana-de-açúcar, que precisam de muita água. Creio que em Portugal isso nunca aconteceria”, afirma.

Com tanta vantagem, por que não apostou José Luís Robles em Portugal? “Não encontrei nenhum terreno do meu agrado. Vim muitas quintas, recolhi muita informação mas não havia nada a meu gosto. Talvez tivesse ido tarde de mais e o melhor já estava tomado [risos]”, explica. Acrescenta, porém, que não desistiu de se “expandir para Portugal”. “A região do Alentejo ainda oferece muitas oportunidades.”

Nas várias visitas exploratórias que fez a Portugal, diz que apenas detectou um problema: “O preço do trabalho.” “Aqui, nas minhas terras, na altura da colheita, pago 46 euros por dia por seis horas de trabalho a cada funcionário, período para almoço incluído. Sei o que tenho de descontar para a segurança social e o trabalhador sabe a sua parte de descontos. Há uma tabela. Em Portugal, cada angariador de trabalhadores com quem falei dava-me um preço diferente pelo dia de trabalho. Era tudo um bocado confuso e eu não posso fazer contas se não souber exactamente o custo do trabalho”, revela.

Portugal é garantia de qualidade

Já sobre o facto de parte de o azeite produzido em Portugal acabar por ir para Espanha a granel, e algum dele poder ser vendido como sendo um produto feito nesse país, Robles não vê qualquer problema. “Estamos na União Europeia, não há nenhuma ilegalidade”, afirma.

“Acredito que a maior parte da produção fica em Portugal, mas é natural que alguma venha para Espanha. Somos o maior produtor mundial de azeite, mas também importamos, porque a procura ultrapassa a oferta”, acrescenta, salientando o facto de haver muitos produtos agrícolas à venda na Europa ou exportados para outros continentes que “apenas referem que o produto tem origem na UE, sem referir um país específico”.

Nesta matéria, Robles tem uma coisa como certa: “Se o azeite vem de Portugal para ser vendido em Espanha ou para ser exportado, é porque o produto é bom. A qualidade do azeite português é hoje muito boa.”

Uma garantia que não é oferecida por países como Marrocos, Turquia ou Egipto, que também exportam azeitonas e azeite para Espanha. Conta mesmo uma história de há dois anos, em que a produção de azeitona Gordal (a azeitona de mesa de maiores dimensões) foi fraca. Face à escassez de matéria-prima, um grande produtor andaluz importou várias toneladas do Egipto para exportar para os Estados Unidos. Só que, conta, a qualidade da azeitona “estava longe da que os consumidores estavam habituados” e “no ano seguinte teve uma quebra nas exportações”.

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No olival de Robles, com 140 hectares, crescem 28 mil oliveiras Cornelia Smet/ União Europeia

“Nunca ouvi nenhuma história negativa com azeitona ou azeite vindo de Portugal”, acentua Robles.

De qualquer forma, estas importações de azeitona ou azeite, que são feitas por todos os principais países produtores para conseguirem responder à procura, é algo que não afecta José Luís Robles. O azeite do seu olival, bem como o das outras cerca de 4500 famílias da região de Estepa que se dedicam à produção de azeitona e azeite, é canalizado para um azeite com Denominação de Origem Protegida (DOP) desde 2010. O “Rolls Royce” das certificações da UE que garante que o azeite tem origem numa área geográfica delimitada, com solos e clima característicos e é exclusivamente elaborado com azeitonas de certas variedades de oliveiras.

São cerca de 5,5 milhões de oliveiras espalhadas por 40 mil hectares de terra que garantem uma produção de 25 milhões de quilos de azeite extra virgem de marca Estepa, detentor de vários prémios internacionais.

“Aqui não há misturas de azeites, nem engarrafamentos duvidosos. Tudo é absolutamente controlado por laboratórios certificados. Quem não cumprir as regras é expulso da dominação de origem”, garante Moisés Cabalhero, secretário do Conselho para a Dominação de Origem do Azeite Estepa, organismo criado pelos agricultores locais para garantir a qualidade do azeite produzido na região. Diz mesmo ter orgulho em que o conselho que dirige seja considerado como “o mais exigente da UE”.

Também ele não vê qualquer problema com azeite importado a granel de Portugal ou de outros países. Azeite que diz ser misturado com outro de menor qualidade para conseguir um produto melhor ou até para o voltar a exportar para outros países quando a procura do “ouro verde” da Andaluzia ou de outras regiões é maior do que a oferta disponível.

Moisés Cabalhero diz desconhecer qualquer tipo de engarrafamento ilegal na região da Andaluzia ou de azeite produzido em Portugal a ser vendido como azeite espanhol.

Já sobre os investimentos de agricultores espanhóis em Portugal, também ele os vê com naturalidade, repetindo os argumentos de José Luís Robles. “Há boa terra, há muita água e é tudo feito de acordo com as regras europeias. Porque não? É uma nova oportunidade.”

A “pirataria” italiana

No que respeita a engarrafamentos e vendas enganadoras sobre a origem do azeite, Cabalhero aponta o dedo a Itália, que “não produz tudo o que diz produzir”.

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enric vives-rubio

Em Fevereiro deste ano, os jornais espanhóis noticiaram a apreensão no Sul de Itália de 2 mil toneladas de azeite extra virgem produzido em Espanha e Grécia entre 2014 e 2015 e que era vendido em Itália com rótulos que garantiam ser 100% italiano.

Segundo revelou a Inspecção Italiana de Repressão à Fraude, o produto era vendido como sendo de alta qualidade, quando na verdade era feito com azeitonas de baixo preço. Na operação foram detidas oito pessoas, que conseguiriam um lucro de 13 milhões de euros se este azeite chegasse ao mercado.

Nessa altura, a maior associação de agricultores de Itália, a Coldiretti, emitiu um comunicado lamentando as “frequentes fraudes” que se cometem ao misturar azeite importado com o italiano, seja para o colocar no mercado seja para o exportar “como azeite italiano de alta qualidade” com “o objectivo de obter preços mais elevados”.

Moisés Cabalhero lamenta este tipo de práticas, até porque, dos 25 milhões de quilos de azeite Estepa produzido, 40% é exportado a granel, nomeadamente para Itália, para onde seguem em média 7 a 11 milhões de quilos.

José Lopes dirige uma empresa agrícola familiar em Fuente Palmera, na província andaluz de Córdoba. Em 2007, especializou a empresa, pertença da sua família há três gerações, na produção exclusiva de produtos biológicos. As maiores áreas estão dedicadas à produção de laranjas, marmelos e romãs, mas produz também 30 toneladas de azeite biológico por ano. Também ele desconhece se há azeite produzido em Portugal a ser vendido ou exportado como espanhol. Sabe, isso sim, que os italianos vendem azeite espanhol como sendo italiano. Chama-lhe “uma verdadeira pirataria”. Mas “a culpa não é só dos italianos”. “Por que é que vendemos azeite extra virgem a granel para Itália? Deixem de o exportar que a pirataria acaba. Há muito mercado para vender o azeite que hoje vendemos aos italianos. Os italianos, embora não sejam os principais produtores, dominam o mercado de distribuição e por isso fazem o que querem.”

De Portugal para Espanha e depois para Itália 

Nestas andanças do azeite, há também produto do olival português que é exportado para Espanha e que depois segue para Itália. A revelação foi feita ao P2 já em 2011 por Miguel Rico, presidente do grupo espanhol Innoliva. Desde 2007 que este grupo investiu cerca de 126 milhões de euros no Alentejo e na Andaluzia na aquisição de 5000 hectares de terras, na preparação dos solos, sistemas de rega, equipamentos agrícolas e na instalação de um lagar.

O grosso da produção da empresa espanhola concentra-se no Alentejo. Entre 2008 e 2011, a empresa plantou olivais em Moura, Cuba, S. Manços (Évora), Figueira de Cavaleiros e Gasparões (Ferreira do Alentejo). Ao todo, são 3500 hectares de olivais superintensivos onde crescem cerca de sete milhões de árvores.

Construiu também um sofisticado lagar de azeite na Herdade do Carapetal, em Santiago do Cacém, que alberga um total de 22 silos, fabricados totalmente em aço inoxidável por uma empresa de Córdoba e cinco centrifugadoras que foram fabricadas na Alemanha. A capacidade total de armazenamento é de quase 2,3 milhões de quilos de azeite, e implicou, numa primeira fase, o investimento de cinco milhões de euros de um total previsto de 7,3 milhões de euros.

Manuel Rico lamentava que um azeite de excelente qualidade que podia valorizar a imagem da região onde é produzido, fosse “vendido sob marcas italianas”. “Nem sequer sabemos [exactamente] quais os mercados onde é colocado (…) É vendido a 2,5 euros o quilo, chega ao consumidor americano a 50 euros”, afirmou na altura.

Portugueses e espanhóis mais unidos

Na serra de Montilla, a sul da província de Córdoba, a paisagem muda completamente. O verde-escuro das oliveiras que enchem campos a perder de vista mistura-se agora com o verde-claro das vinhas. Bem no meio da serra, fica o lagar Cañada Navarro. São 23 hectares de vinha e dois de olival. O negócio principal aqui é o vinho.

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Para o agrónomo Manuel Guimanez del Pino, a entrada de produtores espanhóis em Portugal “pode ser uma oportunidade para os dois países se unirem mais e se apresentarem em Bruxelas a falar a uma só voz” rui gaudêncio

O agrónomo Manuel Guimanez del Pino e o seu irmão Santiago, o enólogo, fazem a partir da uva do tipo Pedro Ximénez 30 mil litros de vinho branco, mil litros de Chardonnay, produzido também a partir desta qualidade de casta e outros mil litros de uva Verdejo.

O vinho é ainda produzido quase como a família o faz desde o século XVIII. O principal “segredo” está no facto de ser fermentado em “tinajas”, enormes vasilhas de cimento que dão um gosto único.

Quando o P2 puxa a conversa para os investimentos espanhóis que estão a ser feitos em Portugal, os irmãos entusiasmam-se. Dizem visitar frequentemente o nosso país em turismo e onde têm vários amigos. Elogiam “a qualidade cada vez maior dos vinhos portugueses”, onde “já não é só o vinho do Porto a reinar”, a “comida fantástica”, especialmente o peixe e o marisco, e a “simpatia das pessoas”, que os tratam como se fossem família. Sobre os investimentos, dizem que “só podem ser bons para os dois lados”. Para Manuel, a entrada de produtores espanhóis em Portugal “pode ser uma oportunidade para os agricultores dos dois países se unirem mais”, para “trocarem experiências e conhecimentos” e para “se apresentarem em Bruxelas a falar a uma só voz”.

Já Santiago afirma que “seria bom que também os agricultores portugueses investissem em Espanha”. “Vivemos num mercado de livre circulação. Investir em Portugal é uma oportunidade, uma nova oportunidade. De certeza que é bom para portugueses e espanhóis. Venham vocês também para Espanha. Serão bem recebidos”, garante.

“Mau era voltar a levantar fronteiras”

Fonte da Comissão Europeia ligada à política agrícola admite que existam “más práticas na livre circulação de alguns produtos”, mas considera “positivo” que os produtores, “sejam eles de onde forem”, possam “investir noutros países da UE”. No caso dos investimentos espanhóis em Portugal, “de certeza que é bom para os dois países”.

A mesma fonte dá como exemplo a situação dos agricultores holandeses. “No seu país, já não há terra para crescerem e estão a espalhar-se por toda a Europa.”

Fala ainda num sector que “está cada vez mais orientado”, em que “os agricultores não produzem apenas de acordo com o que dá mais subsídios”. “É o sector que decide o que fazer, não as políticas. Por outro lado, os agricultores não querem só produzir, querem produzir melhor, com menores agressões ao meio ambiente, com uma melhor gestão de recursos. Há livre circulação? Há e isso é bom. Mau era voltar a levantar fronteiras”, remata.

O jornalista viajou a convite da Comissão Europeia

lalvarez@publico.pt

 

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