Os ex-inimigos Trump e Romney têm "uma grande conversa"
Acção do Presidente eleito dos EUA pretende mostrar disponibilidade para ouvir os críticos.
As palavras trocadas entre os dois durante a campanha foram duras. Mitt Romney disse que o candidato Donald Trump era “uma fraude” que "faz o povo de parvo" e que o que dizia “valia menos do que um diploma da Universidade Trump”. O empresário respondeu acusando o antigo governador do Massachussetts, que perdeu para Barack Obama em 2012, de ser “um falhado”. Mas este sábado os dois encontraram-se, a convite de Trump, e os media até especulavam que na calha poderia estar um lugar para Romney na próxima Administração republicana.
Os dois reuniram-se num complexo de golfe de Trump em Nova Jérsia, onde o Presidente eleito está a ter um fim-de-semana de conversas com vários conselheiros e políticos.
Depois de cerca de uma hora e meia de reunião, mostraram-se sorridentes, deram um aperto de mão, e fizeram curtas declarações sem aceitar perguntas. O antigo governador do Massachussetts disse que tinham tido “uma grande conversa” sobre temas de política internacional; o próximo Presidente dos EUA declarou só que o encontro “correu muito bem”.
A notícia do encontro despertou especulação de que o cargo de secretário de Estado, o responsável pela política externa do país, poderia estar destinado a Romney. Este tem, no entanto, uma posição em relação à Rússia muito mais antagonista do que a de Trump, que trocou elogios com o Presidente russo, Vladimir Putin, durante a campanha.
Mesmo que não se confirme que Romney possa ter este ou outro cargo na Administração, comentadores notam que o objectivo é demonstrar que Trump está disposto a olhar para além do seu círculo próximo e leal.
Na véspera, o Presidente eleito chegou a acordo para terminar os processos contra si por fraude da Universidade Trump, pagando 25 milhões de dólares (cerca de 23,6 milhões de euros) aos lesados. No Twitter, Trump comentou que era um pequeno custo – “como Presidente tenho de me focar no país”, justificou. No processo ficou, no entanto, estabelecido que o programa, pelo qual antigos alunos pagaram cursos de custos superiores a 30 mil dólares, não poderia ter sido chamado “universidade” pois não oferecia qualquer grau académico.
Trump evita assim poder ser chamado a tribunal durante o processo de transição.