Costa anuncia novo ciclo de contratos com o sector terciário ainda este ano
Primeiro-ministro inaugurou as novas instalações do Palacete Araújo da Santa Casa da Misericórdia do Porto
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta sexta-feira uma maior cooperação entre o Estado e o sector terciário, revelando que o novo ciclo de contratos de cooperação com as instituições deste sector, como as misericórdias, será aberto até ao final do ano para desenvolver a partir de 2017. O anúncio surgiu durante a inauguração das novas instalações do Palacete Araújo Porto da Santa Casa da Misericórdia.
"Gostaríamos que o conjunto das instituições do terceiro sector e em particular as misericórdias e designadamente a Misericórdia do Porto estivessem disponíveis para participar e cooperar, para que, de mãos dadas, pudéssemos fazer aquilo que é necessário fazer", declarou António Costa.
No renovado Palacete Araújo Porto estão instalados os SPeC - Serviços Partilhados e Corporativos da Misericórdia do Porto. O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, benzeu as instalações e na sessão de inauguração agradeceu a todas as instituições sociais o “bem que realizam”.
Por seu lado, o vereador da Habitação e Acção Social da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, destacou a “coincidência de prioridades” entre a autarquia e a Santa Casa da Misericórdia, afirmando que as duas instituições estão alinhadas em matéria de “coesão social, desenvolvimento social e cultura” – prioridades que considerou “indissociáveis”.
Em representação do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, ausente do país (Espanha) em representação do Presidente da República, Manuel Pizarro elogiou o trabalho que a instituição de que António Tavares é provedor tem desenvolvido também no plano da reabilitação urbana no centro histórico do Porto, destinada à habitação com preços controlados.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia aproveitou a presença do primeiro-ministro para lhe lançar três desafios: modernidade, inclusão e afectos.
“Com o aumento da esperança de vida aparecem novas necessidades das populações. Somos dos que pensam que a institucionalização dos idosos não é uma solução que agrade a ninguém. Estamos disponíveis, e já o transmiti aos responsáveis respectivos, para ajudar no debate que é inverter o paradigma do envelhecimento em Portugal”, revelou António Tavares, afirmando que a instituição opta por um” modelo de envelhecimento activo com um novo tipo de serviço de apoio domiciliário onde se possa introduzir tecnologia, acrescentar serviços de saúde, com enfermeiro e médico em casa e se ausente o apoio aos cuidados informais e às famílias”.
Quanto à inclusão, disse que a instituição que dirige tem condições para poder ajudar a produzir o voto em braille ou de dupla leitura para os invisuais e no plano do desafio dos afectos, defendeu a necessidade de se “criarem condições legislativas para a existência, a exemplo das comissões de protecção de menores, de comissões de protecção de idosos”.
“Estamos disponíveis para participar num projecto piloto na cidade do Porto em parceria com a câmara municipal”, afirmou o provedor.