Kosovo desmantela célula que teria planeado atacar jogo da selecção israelita

Dezanove suspeitos de ligações ao Daesh foram detidos na última semana e meia nos Balcãs. Teriam planeado "ataques sincronizados".

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A polícia albanesa mobilizou um forte dispositivo de segurança para o jogo de sábado Gent Shkullaku/AFP

As autoridades do Kosovo anunciaram a detenção na última semana e meia de 19 pessoas por suspeita de ligações aos jihadistas do Daesh e de estarem a planear “ataques sincronizados” no país e na vizinha Albânia. Um dos alvos seria o jogo do passado sábado entre as seleções de futebol da Albânia e de Israel.

O jogo, de apuramento para o Mundial de futebol, esteve inicialmente previsto para a cidade de Shkoder, no Norte da Albânia, mas acabou por ser transferido para um estádio nos arredores da capital, Tirana, por razões de segurança. A polícia kosovar refere agora que a célula teria por alvo “os jogadores israelitas e os seus adeptos”. Não foram reveladas informações sobre que outros locais estariam a ser visados pelos suspeitos.

Segundo um comunicado divulgado quarta-feira à noite, os suspeitos foram detidos no Kosovo, Macedónia e Albânia e estariam em contacto com Lavdrim Muhaxheri, um jihadista que se proclama “comandante dos albaneses na Síria e no Iraque”. Nas buscas realizadas durante as investigações, as autoridades apreenderam explosivos, armas, munições e um drone.

O Times of Israel adianta que a célula seria composta por cerca de 30 radicais só no Kosovo e fazia parte de um grupo com presença nos três países da região. O jornal recorda que na semana passada o Governo israelita emitiu um comunicado alertando que o Daesh estaria a planear ataques nos Balcãs, tendo aconselhado os seus cidadãos a não assistirem ao jogo da equipa nacional.

Nos últimos anos mais de 200 kosovares foram detidos ou investigados por suspeita de ligação ao Daesh e as autoridades calculam que cerca de 300 dos seus cidadãos se tenham juntado às fileiras dos radicais na Síria e no Iraque, dos quais pelo menos 50 morreram em combate. Independente desde 2008, o Kosovo é um país predominantemente muçulmano – religião professada pela maioria albanesa –, mas de forte tradição secular. Em 2015, confrontado com o fluxo de jovens radicalizados que partiu para a Síria, reforçou a sua legislação antiterrorismo, prevendo uma pena de até 15 anos para quem for condenado por ir combater em nome de jihadistas. 

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