Testemunha identifica arguido como sendo autor dos disparos que mataram homem há seis anos

O presumível homicida conseguiu fugir do país logo após o crime, tendo sido localizado em Espanha e extraditado para Portugal.

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Suspeito começou a ser julgado esta segunda-feira no Tribunal de Aveiro ADRIANO MIRANDA / PUBLICO/ARQUIVO

Uma testemunha ocular do homicídio de um toxicodependente que ocorreu há seis anos em Albergaria-a-Velha identificou esta segunda-feira, em audiência de julgamento, o autor dos disparos que mataram o amigo.

O presumível homicida, que conseguiu fugir do país logo após o crime, tendo sido localizado no passado mês de Setembro em Espanha e extraditado para Portugal, começou a ser julgado no Tribunal de Aveiro esta segunda-feira, optando por se remeter ao silêncio.

A sessão ficou marcada pelo depoimento de um homem que estava com a vítima mortal, no dia do crime, e que não teve dúvidas em identificar o arguido como sendo o autor dos disparos, numa diligência de reconhecimento feita em plena sala de audiências a pedido da defesa.

"Ele disparou à queima-roupa para dentro do carro e acertou no coração do João que caiu para cima do manípulo das mudanças. Eu não fui baleado por um triz. A minha sorte foi que o meu banco estava mais recuado do que o dele, porque senão já não estava aqui", disse a testemunha, que prestou depoimento através de videoconferência.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva está acusado dos crimes de homicídio qualificado, detenção de arma proibida e falsificação de documentos.

O crime ocorreu na tarde de 23 de Maio de 2010, numa zona de pinhal situado nas imediações de um acampamento cigano onde o presumível autor dos disparos vivia com a família.

Segundo a acusação do Ministério Público, o arguido alvejou mortalmente o jovem que se tinha ali deslocado juntamente com um amigo para consumir drogas, vingando, assim, um pretenso furto de heroína de que teria sido vítima poucas semanas antes.

O jovem foi assistido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica depois de o amigo que o acompanhava ter pedido socorro, mas acabaria por morrer vítima de múltiplas lesões que atingiram os órgãos vitais.

A Polícia Judiciária conseguiu apurar que o suspeito conseguiu fugir do país, logo após o crime, usando um cartão de cidadão e um passaporte obtidos com uma identidade de terceira pessoa.

O presumível homicida estava, à data dos factos, em liberdade condicional depois de ter saído da cadeia onde estava a cumprir uma pena de 20 anos por um homicídio praticado em 2000.

A mulher e a nora do arguido já foram julgadas em 2014 - a primeira como cúmplice e a segunda como co-autora do homicídio - estando actualmente a cumprir as penas de seis e 12 anos de prisão a que foram condenadas, respectivamente. 

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