Trump e os suspeitos do costume

Ângela Ferreira, Helena Almeida, Daniel Blaufuks e Noé Sendas são alguns dos fotógrafos portugueses representados na Paris Photo.

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Sprezzatura IV (2016), de Noé Sendas NOÉ SENDAS/CORTESIA CARLOS CARVALHO

Começa a parecer uma fatalidade (a realidade a bater à porta outra vez), mas Manuel Santos, da galeria Filomena Soares (Lisboa), não tem dúvidas: “A vitória de Donald Trump nas eleições americanas influenciou o desenrolar da feira." E porquê? “Aumentou o nível de incerteza em toda a gente.” E aqui “toda a gente” inclui instituições, grandes e pequenos coleccionadores, compradores ocasionais, “sobretudo os que estão dispostos a pagar valores mais altos”.

Apesar deste “abrandamento”, a galeria lisboeta vendeu todas as imagens disponíveis da brasileira Letícia Ramos, tem obras de Ângela Ferreira apalavradas com o Centre Georges Pompidou e as fotografias de Helena Almeida “têm tido uma procura crescente”, sobretudo depois da recente exposição no Jeu de Paume (Paris).

A galeria Filomena Soares, que mostrou, entre outros, Shirin Neshat, Rodrigo Oliveira e Pedro Barateiro, já leva sete presenças no Paris Photo. Menos participações, quatro, tem a Carlos Carvalho (Lisboa), que se diz “entusiasmado” com desenrolar da feira. As principais apostas da galeria foram para os trabalhos de Noé Sendas, Roland Fischer e Daniel Blaufuks, que viu um dos seus trabalhos da série Toda a memória do mundo, parte um seleccionado para um percurso especial relacionado com fotografias que contém outras imagens (criado a partir da exposição Pictures in Pictures, do acervo do banco J. P. Morgan). Noé Sendas mostra dois dos seus mais recentes trabalhos, construídos com base em “fotografias resgatadas”, como vem sendo a sua prática.

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