Olha! Está ali o Cesinha!

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Um comum mortal passa a ser famoso se: 1) Escoltar a chama olímpica da Suíça até ao Brasil a convite do Instagram/Facebook, correr 200 metros com a tocha na mão e abraçá-la durante a entrevista com o P3 via Skype. 2) O nome e a fotografia fizerem parte da Playboy (“#sayhitocesinha”), com a YouTuber Nyvi Stephan na capa e no miolo. 3) Tiver inventado uma “tag” — só porque se lembrou de olhar para uma poça de água e dizer adeus à sua imagem reflectida (#sayhitothewater) —, que entretanto já foi usada cerca de 6 mil vezes. 4) “Em média três vezes por mês”, as pessoas o fizerem parar na rua para fazer um selfie ou para pedir um autógrafo — “Acontece. ‘Olha o Cesinha!’ Não diria que sou famoso, mas as pessoas reconhecem-me e dizem-me que começaram a gostar de fotografia por minha causa. No outro dia, estava num McDonald’s e ouvi ‘está ali o Cesinha’. Em São Paulo vivem 11 milhões de pessoas. Por isso devo ser razoavelmente conhecido”, brinca o fotógrafo, “influenciador digital” e “sub-celebridade”. 5) Se for um fotógrafo e viver disso (no Brasil!). Na vida do brasileiro César Ovalle, 36 anos, há um antes do Instagram — “Tirava fotos de bandas, mas comecei a ver que ninguém me encarava como fotógrafo. Era fotógrafo de banda com recursos monetários limitados” — e um depois do Instagram. Nesta rede criou duas regras: nada de bandas e só fotos com o smartphone. Como há um antes e um depois do impeachment de Dilma Rousseff. “As empresas retraem-se e nós ficamos à mercê. O país está receoso, ninguém sabe o que vai acontecer. O Brasil está dividido. É como um jogo de futebol com duas “torcidas”, uma bancada contra a outra. Golpe ou não? Eu digo que houve. Vivemos numa falsa democracia, ainda sofremos de ditadura e de um falso moralismo muito grande. Somos o país do Carnaval, um país que não faz sentido.” 6) - Se mudar de país e continuar a ser famoso. Cesinha tem “um plano” de viver em Portugal. Fazemos “like”?