Donald Trump em três crónicas

A eleição de Donald Trump como novo presidente dos EUA foi obviamente o grande tema da semana, inspirando vários utilizadores a escrever sobre o assunto. Estas foram as três crónicas mais lidas

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Reuters

As pessoas são estúpidas até prova em contrário

Perante a vitória de Donald Trump, João André Costa confessa-se chocado. "As pessoas são estúpidas até prova em contrário", escreve o cronista. "(...) De outro modo não se explica como as vítimas do capitalismo, os desempregados, os precários, os reformados, os jovens, foram, eles próprios, votar num capitalista para Presidente dos Estados Unidos da América, a maior pistola do mundo, carregada e apontada à cabeça de todos nós."

Trump, estás a causar mau-ambiente

O engenheiro do ambiente João Grilo reflecte sobre as consequências que a eleição de Trump poderá ter no combate às alterações climáticas, e o prognóstico não é positivo. "O novo 'líder do mundo livre' acha que o aquecimento global é uma invenção chinesa com o objectivo de obrigar os americanos a usar menos combustíveis fósseis, enfraquecendo assim a sua economia", escreve o activista. Pode ainda ser precoce fazer previsões, mas "dificilmente o futuro será brilhante": "O impacto mais lógico é o Acordo de Paris ser rasgado pelos EUA, o que pode também levar a um efeito de contágio a outros países. Fica ainda em risco, o que é muito grave, a investigação científica sobre alterações climáticas feita com fundos federais americanos (...). Além de tudo isto, Trump vai ter sobre ele os olhos do mundo e todas as alarvidades ditas sobre alterações climáticas vão ter eco e ajudar a moldar opiniões."

Porque nós deixámos

Quando a filha de Cristina Nobre Soares lhe perguntou como é que era possível Donald Trump ter vencido as eleições, a "copywriter" sentiu vergonha. "Porque nós deixámos" foi a única resposta que lhe ocorreu. "Deixámos sempre que nos recusámos a olhar para trás, para a história e com ela ver os erros do passado, quando fingimos não ver os sinais que se repetem. Deixámos sempre que nos encolhemos com medo a um canto, fosse com medo do Daesh, dos refugiados, da crise económica, dos imigrantes que achamos que nos roubam emprego, das mulheres que se atrevem a ser iguais aos homens, dos ciganos, dos pretos, dos brancos, dos homossexuais, dos diferentes, dos iguais, das vacinas, da ciência, do conhecimento." E, diz a mãe à filha, "é este o mundo que a geração dos teus pais te deixa".

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