Quantas eleições se realizam hoje?

São 51 pequenas eleições para eleger 538 grandes eleitores. Por isso, é possível ganhar o voto popular e perder a Casa Branca. O empate é possível, mas improvável.

Foto
Trump e Hillary: um dos dois será o próximo inquilino da Casa Branca Reuters

Quantas eleições se realizam para a escolha do Presidente?

Nos Estados Unidos, o Presidente não é escolhido por voto popular, mas por um Colégio Eleitoral composto por grandes eleitores. Não há, por isso, uma grande eleição nacional — daí ser preciso cautela quando se olha para os barómetros nacionais, que dão uma média de números gerais —, há 51 pequenas eleições, que se realizam em simultâneo em cada estado e no Distrito de Colombia (o da capital federal, Washington D.C.).  Vence quem conseguir eleger 270 membros do Colégio Eleitoral.

Nem todos os estados têm a mesma importância para o resultado final. Este ano, há 12 estados que têm um papel decisivo. São os chamados “estados oscilantes”, que podem dar os seus grandes eleitores  a um ou a outro candidato. Destes, e este ano, destacam-se três, a PensilVãnia, o Ohio e a Florida.

Ambos os candidatos, e de acordo com os números mais consistentes das sondagens estaduais, partem com cerca de 190 grandes eleitores garantidos, oriundos dos estados que votam de forma consistente no Partido Democrata ou no Partido Republicano. O candidato que vencer 79 dos 156 delegados dos estados oscilantes é o vencedor.

Quantos grandes eleitores elegem os estados oscilantes?

  • Florida: 29 votos eleitorais
  • Pensilvânia: 20 
  • Ohio: 18
  • Michigan: 16 
  • Carolina do Norte: 15
  • Virginia: 13
  • Minnesota: 10
  • Wisconsin: 10
  • Colorado: 9
  • Nevada: 6
  • Iowa: 6
  • New Hampshire: 4

Que estados foram decisivos em vitórias anteriores?

  • 1976, Wisconsin (foi eleito Jimmy Carter)
  • 1980, Illinois (Ronald Reagan)
  • 1984 Michigan (Ronald Reagan)
  • 1988 Michigan (George Bush)
  • 1992 Tennessee (Bill Clinton)
  • 1996 Pennsylvania (Bill Clinton)
  • 2000 Florida (George W. Bush)
  • 2004 Ohio (George W. Bush)

Porque é que existe um colégio eleitoral?

Na assembleia constitucional que teve lugar em Filadélfia em 1787, os delegados não chegavam a acordo sobre como escolher o Presidente (os eleitores directamente, o Congresso, os governadores estaduais?). Chegaram a este compromisso de ser um Colégio Eleitoral, mas deixando os estados escolherem os seus delegados, proporcionais ao peso de cada região nos EUA.

Pode-se ganhar o voto popular e perder as eleições?

Sim. Aconteceu em 2000, quando George W. Bush (republicano) foi eleito mas Al Gore (democrata) teve mais votos nacionais. Bush ganhou em estados que elegem mais grandes eleitores e dominou o colégio eleitoral. Na História americana, já tinha acontecido três  vezes: a Andrew Jackson em 1824, Samuel Tilden em 1876 e Grover Cleveland em 1888.

Porque são as eleições sempre no início de Novembro?

Foi decidido que se realizariam sempre na terça-feira a seguir à primeira segunda-feira de Novembro quando o país tinha uma organização social agrícola. O Congresso decidiu em 1845 que as eleições se realizariam entre o fim da colheita e antes de começar o Inverno. Mas porquê terça-feira? Porque os eleitores precisavam de um dia para chegar às mesas de voto, votar e voltar para casa. Não podia ser ao domingo para não faltarem à missa e poderem usufruir do dia do descanso, não podia ser à quarta pois era o dia do mercado. Terça-feira surgiu como o melhor compromisso.

Quantos são os candidatos no boletim de voto presidencial?

Três nos 50 estados mais o Distrito de Colombia: Hillary Clinton (Partido Democrático), Donald Trump (Partido Republicano), Gary Johnson (Partido Libertário). Mas em 40 estados há mais dois (Jull Stein e Darrel Castle) e em 20 estados um. Depois, em cinco estados cada, há mais 21 candidatos. É vê-los aqui: http://www.politics1.com/p2016.htm.

E se nenhum candidato conseguir os 270 votos do Colégio Eleitoral?

Pode haver um empate 269-269, apesar de ser pouco provável. O Colégio Eleitoral original tornava o empate impossível, tinha 535 membros. Mas uma alteração constitucional de 1961 deu mais três grandes eleitores ao Distrito de Colombia, favorecendo a possibilidade de haver um empate a partir das eleições de 1964, mas isso nunca aconteceu.

Mas se houver empate, Trump sai favorecido: o desempate é feito pela nova Câmara de Representantes, eleita também esta noite, com os estados a votarem em bloco, prevendo-se que o Partido Republicano mantenha a maioria nesta câmara do Congresso. Já o vice-presidente é decidido no Senado e os números indicam que dificilmente os republicanos percam a maioria que detém.

O terceiro partido vai importar?

Sim, caso se confirme que os grandes eleitores de dois estados serão atribuídos a candidatos de outros partidos. O cristão conservador Evan McMullin pode conseguir os seis grandes eleitores do Utah (o estado mórmon), e o libertário Gary Johnson tem hipóteses em estados que, por tradição, dão bons resultados ao “terceiro partido” (Utah, Alaska e Novo México, o estado de Johnson que tem direito a cinco grandes eleitores).

 

Sugerir correcção
Comentar