Morreu o pianista húngaro Zoltán Kocsis

Maestro, pianista e compositor, Kocsis dirigia a Orquestra Filarmónica Nacional da Hungria, que anunciou este domingo a sua morte, em Budapeste, aos 64 anos.

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AFP/STR

Virtuoso do piano e maestro, Zoltán Kocsis, que fundou em 1983 a prestigiada Orquestra do Festival de Budapeste e dirigia há 20 anos a a Orquestra Filarmónica Nacional húngara, morreu este domingo em Budapeste, aos 64 anos, na sequência de uma doença cardíaca de que sofria há bastante tempo.

O músico fora operado ao coração em 2012, e a evolução recente da doença levara-o a cancelar diversos concertos em Outubro, por sugestão dos seus médicos, explicou um responsável da Orquestra Filarmónica à agência de imprensa húngara MTI.   

O ministro húngaro dos Recursos Humanos, Zoltán Balog, foi um dos primeiros a reagir à notícia, comentando no Facebook o desaparecimento de "um dos melhores pianistas e maestros". E o maestro Ivan Fischer, com quem Kocsis criou a Orquestra do Festival de Budapeste, chamou-lhe "um gigante da música" e sublinhou a sua fortíssima influência nos músicos da sua geração.   

Nascido em Budapeste em 1952, Zoltán Kocsis começou a tocar piano aos cinco anos e, depois de ter estudado no Conservatório Béla Bartók, inscreveu-se na Academia Franz Liszt, onde teve como professores Pál Kadosa, Ferenc Rados e György Kurtág.

A sua carreira internacional iniciou-se quando tinha apenas 18 anos, após ter vencido o prestigiado prémio Beethoven, promovido pela rádio húngara. Foi então convidado a actuar em diversas salas europeias, tendo designadamente tocado com a Filarmónica de Berlim, com a qual depois colaboraria regularmente.

À sua apresentação aos públicos europeus, seguiu-se uma digressão nos Estados Unidos, e a sua carreira rapidamente o levou aos quatros cantos do mundo, da Europa e da América à Austrália e ao Extremo-Oriente.

Enquanto pianista, actuou sob a batuta de maestros como Claudio Abbado ou Yehudi Menuhin, entre muitos outros, e foi convidado por Sviatoslav Richter para interpretar recitais de piano a quatro mãos.

Co-fundador da Orquestra do Festival de Budapeste, dirigiu-a até 1997, quando assumiu funções na Orquestra Filarmónica Nacional húngara.

Conciliando as carreiras de pianista e maestro, Kocsis gravou toda a música de piano de Bartók, e as suas interpretações de compositores como Rachmaninov, Mozart ou Debussy mereceram igualmente o elogio consensual da crítica. Ele próprio compositor, com afinidades com a música contemporânea, Zoltan Kocsis era visto como um dos grandes pianistas vivos.

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