Trump retirado de palco por serviços secretos, mas foi falso alarme

O pânico instalou-se. Um homem, republicano, foi detido por alegadamente ter uma arma e libertado logo depois. "Eu só tinha um cartaz", conta.

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Tump regressou minutos depois ao palco Stringer/Reuters

O candidato republicano Donald Trump foi na noite de sábado retirado pelos serviços secretos do palco de um comício no Nevada durante breves minutos, por razões de segurança, mas não passou de um falso alarme. Um homem acabaria por ser detido e depois libertado por ter uma arma, mas diz que estava apenas a mostrar um cartaz onde se lia: "Republicanos contra Trump". Os serviços secretos confirmam: não encontraram nenhuma arma.

As imagens mostram o candidato a pôr a mãos sobre os olhos para tentar ver o que acontecia na assistência e a ser de imediato retirado por dois agentes dos serviços secretos. E a história começa aqui.

Os serviços secretos retiraram Trump do palco porque havia caos na assistência. E esse instalou-se entre os apoiantes a partir do momento em que se ouviram gritos de "gun!" ("arma"). Mas, conta o repórter do Guardian que estava no local, houve várias testemunhas que dizem parecer-lhe que um homem no meio da assistência tinha uma arma, mas nenhuma garante ter visto a dita arma. 

E mais tarde os serviços secretos confirmaram: depois de deterem o homem, de 33 anos, libertaram-no porque nem ele tinha uma arma consigo, nem encontraram nenhuma na zona do comício.

Tudo começou, contam os vários meios de comunicação, quando um homem empunhou um cartaz onde dizia "Republicanos contra Trump". O nome desse homem é Austyn Crites, um republicano que não quer ver Trump eleito por considerá-lo perigoso. Foi para o comício no Nevada com um cartaz e, conta, foi atacado violentamente por defensores de Trump, instalando-se o caos no meio da assistência.

"Eu só tinha um cartaz", conta ao Guardian

"O facto de ter sido espancado hoje, isso só mostra o que ele está a fazer a estas pessoas. Eu só quero que as pessoas entendam que vou ficar bem, mas agora o que é mais importante é se o país vai ficar bem. Faça a sua parte e vote", disse o homem no centro do incidente, que acontece a apenas dois dias das eleições. 

"Ele é fascista. É um ditador. Pega nestas pessoas e torna-as em animais", conta. E acrescenta que quer que Trump perca, mas que só protesta de modo pacífico. "Dói-me o coração pelo que esta nação pode potencialmente fazer ao elegê-lo", acrescentou. "Isso magoa-me muito mais do que qualquer violência [que tenha sofrido]."

A interrupção do discurso de Trump foi sol de pouca dura. Minutos depois já estava de volta, conta a BBC, e quando retomou o discurso não deixou de aproveitar o incidente: "Ninguém disse que seria fácil para nós ... Quero agradecer aos serviços secretos".

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