O antigo líder do CDS-PP, Manuel Monteiro, vai participar este sábado à noite numa iniciativa da Juventude Popular (JP), o que acontece pela primeira vez desde que saiu do partido. Manuel Monteiro foi convidado para o jantar do 42.º aniversário da JP como antigo presidente desta organização, assim como todos os outros líderes da ‘jota’. No aniversário, que decorrerá em Cascais, também estará a actual presidente do CDS, Assunção Cristas.

Manuel Monteiro foi presidente da ‘jota’ – na altura designada por Juventude Centrista – em 1986 e seis anos depois seria líder do CDS-PP. Abandonou a liderança do partido em 1998, na sequência de maus resultados autárquicos, e apoiou Maria José Nogueira Pinto que perdeu o congresso de Braga para Paulo Portas. Os dois dirigentes já viviam em divergência e a ruptura consumou-se. Manuel Monteiro desfiliou-se do CDS em 2003 e fundou o Partido Nova Democracia do qual saiu em 2008. O antigo deputado não voltou a participar em iniciativas do CDS liderado por Paulo Portas, mas esteve numa conferência, em 2015, organizada pela tendência interna do partido Alternativa e Responsabilidade, liderada por Filipe Anacoreta Correia.

No jantar – marcado para 250 pessoas – também estarão outros antigos presidentes da JP como João Almeida (actual deputado e porta-voz), Luís Queiró (presidente da mesa do congresso), bem como Alexandre Sousa Machado e Nuno Correia da Silva. O actual presidente da JP, Francisco Rodrigues dos Santos, irá defender que o líder desta organização passe a integrar as listas de deputados à Assembleia da República, em lugar elegível. “Somos a única juventude partidária que não está representada no Parlamento”, justificou ao PÚBLICO. Há três semanas, um representante da JP – Alonso Miguel – foi eleito deputado à Assembleia Regional dos Açores na lista do CDS. É a este dirigente que vai ser atribuído, este fim-de-semana, o prémio Ricardo Medeiros.

No domingo, também em Cascais, onde está reunido o Conselho Nacional da JP, será lançado o manual do autarca que define as orientações programáticas (a nível fiscal, de família e de outras áreas) dos dirigentes autárquicos do partido e que contou com os contributos dos actuais presidentes de câmara do CDS.